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SP vende espaço nobre, mas valor é quase metade do pedido à Crefisa em 2015

São Paulo terá patrocinador máster fixo depois de 23 meses - AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA
São Paulo terá patrocinador máster fixo depois de 23 meses Imagem: AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA

Diego Salgado e Ricardo Perrone

Do UOL, em São Paulo

27/05/2016 06h00

O São Paulo conseguiu um importante acordo com a Prevent Senior nesta semana e encerrou um longo período sem patrocinador máster. O valor obtido na negociação, porém, está longe do pedido à Crefisa no começo da temporada passada. Na ocasião, a empresa acertou com o Palmeiras.

À época, o São Paulo esteve perto de fechar o acordo com Crefisa por R$ 23 milhões anuais, mas viu o rival acertar pelo mesmo valor -- um dos donos, José Roberto Lamacchia, é palmeirense assumido e o fato pesou na decisão da empresa.

Segundo o Blog do Perrone, o São Paulo receberá aproximadamente R$ 24 milhões até dezembro do ano que vem. O clube, entretanto, receberá R$ 21,6 milhões, pois há ainda 10% de comissão aos intermediários. A quantia será descontada do valor total e repassada diretamente pela patrocinadora.

Dessa forma, o São Paulo receberá R$ 1,14 milhão em cada um dos próximos 19 meses. Em 2017, por exemplo, o clube irá obter R$ 13,7 milhões pelo espaço nobre da camisa. Hoje, o valor pedido à Crefisa chegaria a R$ 26,3 milhões, já corrigido pela inflação (índice IPCA).

Ao fechar com a Prevent Senior, então, o São Paulo deixou de ganhar pouco mais de R$ 12,6 milhões, valor que corresponde a 48% menos do que foi pedido à Crefisa em janeiro de 2015. A empresa, no começo da atual temporada, acertou a renovação com o Palmeiras e aceitou pagar R$ 66 milhões por todos os espaços do uniforme -- o total é de R$ 78 milhões (R$ 6,5 milhões por mês).

Valor baixo e explicações

Parte da oposição são-paulina reconhece que o valor está abaixo dos rivais -- o Corinthians acertou com a Caixa por R$ 30 milhões anuais. A ala, porém, avalia que o valor não é ruim considerando o momento econômico complicado do Brasil, fato que não ocorria quando o clube negociava com a Crefisa.

Segundo pessoas ligadas à diretoria, o clube entende que o Palmeiras acertou com a Crefisa pelo fato de Lamacchia ser apaixonado pelo time alviverde. O Corinthians, na concepção são-paulina, teria mais facilidade em fechar com a Caixa por conta da postura política do clube.

O contrato entre as partes prevê uma renovação automática. Em dezembro de 2016, se uma das partes quiser encerrar a parceria deve se manifestar por escrito. Se fizer isso, o compromisso acaba. Caso ninguém se manifeste, o patrocínio segue até o fim de 2017.

Um ponto é celebrado no clube: justamente essa renovação automática. Corinthians e Palmeiras têm acordo até dezembro deste ano e, na avaliação da diretoria tricolor, devem encontrar dificuldades para renovar ou achar outro parceiro. Procurado pela reportagem, José Francisco Mansur, vice-presidente de marketing do São Paulo, não quis se posicionar. 

Queda das receitas de patrocínio

Nos últimos anos, o São Paulo teve queda de receita de patrocínio. O fato está diretamente ligado à ausência do patrocinador máster no uniforme. No fim de julho de 2014, a Semp Toshiba encerrou o contrato com o clube, que acertou apenas contratos pontuais.

Segundo o balanço financeiro de 2014, a arrecadação do departamento caiu quase 32%, de R$ 33,1 milhões, em 2013, para R$ 22,5 milhões no ano seguinte. Em 2015, sem patrocinador máster durante os 12 meses, o São Paulo obteve R$ 19,9 milhões.

Confira os valores obtidos pelo clube com patrocínio

2010: R$ 17,9 milhões
2011: R$ 30,6 milhões
2012: R$ 11,1 milhões
2013: R$ 33,1 milhões
2014: R$ 22,5 milhões
2015: R$ 19,9 milhões