Polícia evita jogador suspeito de estupro em presídio por 'medo de morte'
Suspeito de participar do estupro da menor de 16 anos em uma comunidade na zona oeste do Rio de Janeiro, o jogador Lucas Perdomo Duarte dos Santos, de 20 anos, segue detido na Cidade da Polícia – complexo que serve de base para a Polícia Civil, na região do Jacarezinho, zona norte. E a manutenção do atleta no local tem um motivo específico: a preocupação com sua segurança.
No protocolo normal, Lucas, detido na última segunda (30) enquanto se preparava para uma entrevista coletiva, seria levado para a Cidade da Polícia e, em até 24 horas, transferido para o Complexo Penitenciário de Bangu. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) chegou a anunciar a ida do jogador e de mais um suspeito para o local, o que acabou não ocorrendo.
Integrantes da polícia envolvidos na investigação e membros da Seap entenderam que a ida de um suspeito do caso para Bangu representaria um enorme risco. Por conta da proporção que o estupro tomou, uma retaliação não estaria descartada. Os mais pessimistas tiveram até medo de uma possível morte dos envolvidos no local – Lucas e outros suspeitos ficariam no Cadeia José Frederico Marques (Bangu 10).
“Infelizmente, é algo comum. Muitas vezes não conseguimos controlar. A população carcerária nunca tratou bem os investigados por estupro. Estamos no meio de uma investigação. Vamos ter cautela e analisar todas as questões”, disse um investigador ouvido pela reportagem.
“Claro que há uma preocupação com a segurança do meu cliente. Não me falaram nada de Bangu 10. O Lucas segue aqui na Cidade da Polícia, inclusive conversamos com ele hoje”, explicou o advogado do jogador, Eduardo Antunes, em contato telefônico na noite da última quarta (1).
Choro e susto
Único a ter contato com o atleta desde que o mesmo foi detido, Eduardo ainda relatou a primeira conversa que teve com o cliente após a prisão.
“Chegamos hoje [quarta] para levar alguns itens de higiene, algo que proporcionasse um conforto, e encontramos o Lucas muito abatido. Infelizmente, é normal. Ele está abalado, triste, assustado com tudo. E sempre reforçando sua inocência. Acreditamos muito nisso. Está em um local isolado, um setor de custódia, sem comunicação com os outros investigados. Ele chorou algumas vezes, o que nos chamou a atenção, já que é um garoto muito fechado. Ainda não tinha chorado antes. Também perguntou pela sua mãe, mandou um beijo e pediu que nós repassássemos o recado de que ele a ama muito. O abalo é muito grande, mas ele está confiante. Ele é inocente”, reforçou o advogado.
Após levar uma nova testemunha para depor na tarde da última quarta, a defesa de Lucas reforça a tese de sua inocência e pedirá a revogação da prisão preventiva nas próximas horas.
Por enquanto, o jogador seguirá detido na Cidade da Polícia. “Isso é um caso avaliado dia após dia. Não tem como falar muito. O que nos passaram é que ele seguirá aqui [sede da Polícia Civil] amanhã [quinta]. Que tudo se esclareça o quanto antes”, finalizou Eduardo Antunes.
Chefe principal da investigação, a delegada titular da Delegacia da criança, adolescente e vítima (DCAV), Cristiana Bento, não retornou às ligações da reportagem até o fechamento da matéria para comentar a situação dos detidos.
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