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Blogueiros: por que Brasil perde "Maicons" tão cedo pro mercado Europeu

Do UOL, em São Paulo

03/06/2016 06h00

Os clubes brasileiros vacilam ao perder algumas joias para o futebol europeu (especialmente Portugal) sem elas nem terem estourado no país? São vários os casos de atletas peneirados muito cedo, às vezes até em times pequenos espalhados pelo país, que aparecem "de repente" no mercado do Velho Continente e só assim são apresentados ao futebol do país.

Kelvin, Maicon, Hulk, David Luiz e Dante são alguns exemplos de jogadores que deixaram cedo o Brasil para jogar fora, sem serem captados pelos grandes clubes do país. Como melhorar isso? Na opinião dos blogueiros do UOL Esporte, nosso país ainda peca na hora de garimpar jovens talentos, seja por equívoco de treinador em pedir reforços à diretoria ou até por uma falta de observação ou coragem na hora de arriscar. Isso sem contar a questão financeira.  

André Rocha

Os critérios de avaliação ainda são "tortos". Nos encantamos com o jogador virtuoso no um contra um, que "parte para cima" e não nos ligamos na capacidade física, tática e, principalmente, a capacidade de ler e entender o jogo. Ainda que em potencial. 

A nossa percepção ainda é muito intuitiva, na base do olhar e se encantar, sem vislumbrar o potencial dentro de uma maneira de jogar. Fora alguns preconceitos: "bunda grande", "miudinho", entre outros.

Avallone

Creio é que é mérito dos portugueses, embora muitas de suas apostas não deem certo. Os clubes brasileiros também deveriam ter uma rede de olheiros por todo o país e para testar os jogadores deveriam criar "Expressinhos". Não digo time B, pois há a exigência da regularidade de jogos (o que fica caro), mas Expressinhos, como já tivemos, para eventuais jogos (e testes) amistosos.

Juca Kfouri

Perdemos jogadores jovens para os europeus exatamente porque eles têm olheiros espalhados pelos celeiros mundiais.

Mauro Beting

O Brasil vive períodos de "guerra". Os economicamente ativos ou são muito jovens ou muito velhos. O São Paulo tem sido feliz com um Kelvin muito jovem. E um Maicon mais rodado.

Menon

Os clubes grandes precisam contratar as revelações antes de elas disputarem algum campeonato internacional de base e serem descobertas pelos europeus. Não se pode perder a prospecção para os europeus.

PVC

Para melhorar isso, só melhorando a percepção do Campeonato Brasileiro. Hoje os jogadores querem ir pelo dinheiro e pela exposição. Com a moeda a 4 por 1 piora tudo. Com 1 para 1 já é difícil.  Só se o cara quiser jogar o Brasileirão, e para isso o campeonato tem de ser mais atraente.

Rafael Reis

São dois os pontos que fazem o Brasil perder esses talentos desconhecidos para o futebol europeu. O primeiro é a dificuldade em garimpar talentos em pontos mais distantes dos grandes centros. Por mais incrível que possa parecer, clubes como o Porto fazem esse trabalho melhor que os daqui. Além disso, há o desejo do jovem jogador fazer dinheiro o mais rápido possível. Um garoto de 16 ou 17 anos ainda não sabe se vai dar certo no futebol, então prefere ganhar logo de cara em euros e encarar uma aventura para o Velho Continente do que ganhar um pouco menos e ser mais um na base de um clube brasileiro. Quanto a isso, a não ser que os times brasileiros paguem salários exorbitantes para seus adolescentes, não há muito o que fazer.

Vitor Birner

Seriam piores se tivessem continuado aqui. Não desenvolveriam as partes tática, física e a plena noção que o individualismo fica abaixo das necessidades do time; que as virtudes devem ser praticadas para o fortalecimento do coletivo. E mais; tecnicamente não teriam atingido o mesmo patamar, pois em qualquer esporte o nível de competitividade faz os mais capazes e esforçados melhorarem.

A avaliação, aqui, sobre qual jogador tem maior potencial nem sempre é precisa. Quem se equivoca mais é o treinador do time principal, não o da base. Prefere contratar porque os jogadores mais novos necessitam rodagem e os resultados, enquanto se adaptam, na maioria das vezes, pioram. É mais fácil mostrar fragilidades do elenco e pedir reforços. Os cartolas contribuem muito porque demitem os técnicos quando não conseguem ganhar.