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Haitiano se diz abençoado por enfrentar o Brasil; técnico descarta vitória

AP Photo/Jae C. Hong
Imagem: AP Photo/Jae C. Hong

Danilo Lavieri e Guilherme Palenzuela

Do UOL, em Orlando (EUA)

07/06/2016 16h16

Em agosto de 2004, a seleção brasileira, então campeã do mundo, realizou um amistoso no Haiti que parou a capital Porto Príncipe e que ficaria conhecido como o Jogo da Paz. O país vivia uma guerra civil e, para entrar no estádio, cada espectador deveria entregar uma arma. Desde então, a seleção brasileira criou devoção no país que enfrenta como adversário nesta quarta-feira pela Copa América. Para os jogadores, uma bênção.

"É uma bênção, todos os jogadores estão vivendo esse momento, é um sonho virando realidade. Lembro de vermos pela TV, nunca pensamos chegar a um estágio desse. Emociona,mas quando o apito soa todas essas emoções vão embora. É uma bênção, não é todo mundo que tem a oportunidade", disse o meia Jean Marc Alexandre, que atualmente joga pelo Fort Lauderdale Strikers, clube dos Estados Unidos que tem o ex-atacante Ronaldo como um dos proprietários.

"Lembro de encontrar Ronaldo pela primeira vez, ele estava explicando para mim o que foi aquele jogo de 2004. Foi uma das partidas mais memoráveis para ele. O país estava divido. Lembro de assistir pela TV, da qualidade do Brasil. Para entrar no estádio você precisava dar uma arma, o país estava em guerra civil e coletamos toneladas de armas", falou Alexandre, que ainda brincou sobre uma possível torcida de haitianos para o Brasil, tamanha a devoção pela seleção no país. "Não acho que estará dividido, acredito que os torcedores serão leais", disse.

O técnico do Haiti, o francês Patrice Neveu, praticamente descarta a possibilidade de vitória, mas diz que tem chances de fazer um bom jogo e vê obrigação da seleção de Dunga em vencer a partida. Neveu ainda afirma que terá uma surpresa na escalação.

"Ganhar seria um pouco pretensioso, mas acho que temos uma boa chance de fazer um bom jogo. Mas Brasil é sempre Brasil. Hoje em dia o futebol é diferente, eu vi Pelé, mas o Brasil continua sendo um time de respeito", falou. "Tenho uma boa surpresa preparada para vocês amanhã", disse.

"Podemos pensar que o Brasil terá superioridade sobre nós, mas nós temos nossa estratégia. Para combater o Brasil, eles têm grandes jogadores, a coisa mais importante é sabermos a força do nosso adversário. Sabíamos da qualidade do Peru e fizemos um bom jogo, por isso faremos um bom jogo contra o Brasil", completou.

A seleção de Dunga empatou por 0 a 0 na estreia contra o Equador e precisa ganhar do adversário mais fraco do Grupo B, que perdeu do Peru por 1 a 0 na estreia, para se classificar com conforto às quartas de final.