Topo

França fala pela 1ª vez após briga: "hora de colocar a cabeça no lugar"

Volante deixou Figueirense em maio; agora, procura igreja para mudar temperamento - Arquivo pessoal
Volante deixou Figueirense em maio; agora, procura igreja para mudar temperamento Imagem: Arquivo pessoal

Emanuel Colombari e Vanderlei Lima

Do UOL, em São Paulo

08/06/2016 06h00

O volante França ganhou destaque no noticiário esportivo há pouco mais de um mês, mas não por motivos ligados ao esporte. Na madrugada de 1º de maio, um domingo, o então atleta do Figueirense se envolveu em uma briga de trânsito em Florianópolis e precisou ser hospitalizado; dois dias depois, acabou dispensado pelo clube.

Desde então, França tem se mantido longe dos holofotes. Deixou Bauru (SP), cidade onde mora sua família, para terminar sua recuperação em Curitiba. Do acidente, o atleta diz que nem gosta de lembrar.

“Eu levei pontos só na sobrancelha e em mais lugar nenhum. No dia em que aconteceu o acidente, falaram que eu tinha perdido um mamilo - isso é mentira, coisas que pessoas não viram. Falaram que tinha sido atropelado, o que é mentira também. Só foi a briga mesmo. Tem fotos minhas no Instagram sem camiseta, e algumas pessoas comentaram: ‘Mas você não tinha perdido o peito (mamilo)?’. Não aconteceu nada disso”, contou França em entrevista ao UOL Esporte.

França faz exercício enquanto conversa com o seu empresário, Marcelo Lipatin - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
França faz exercício enquanto conversa com o seu empresário, Marcelo Lipatin
Imagem: Arquivo pessoal

“(O acidente) repercutiu de uma forma que muita gente não sabe, porque não estava no local. Acabaram falando outras coisas, então eu prefiro não falar do acidente. Prefiro falar da minha recuperação, que é boa. Eu fiquei com a minha família e com a minha filha de cinco anos; agora, estou em Curitiba com o meu empresário, que falou o que eu tinha o que fazer e me recuperar fisicamente”, declarou também o meio-campista.

Em sua recuperação no interior de São Paulo, pesou contra França seu retrospecto fora de campo. O próprio meio-campista admite ser dono de um temperamento forte, o que acabou levando-o a optar por terminar sua recuperação no Paraná.

“O meu caso repercutiu muito em Bauru. É uma cidade pequena, as pessoas comentam, falam muito e isso acabou me estressando. Então eu procuro ficar mais em casa mesmo; por isso eu vim para cá e estou com o meu empresário”, explicou.

França ainda não sabe quem defenderá. O jogador espera “aparecer uma oportunidade no mercado de trabalho” e, para tal, treina em dois períodos todos os dias em uma clínica de fisioterapia.

“Em mais duas semanas, treinando forte, eu já estaria apto a jogar. Volto a jogar, com certeza”, diz França. "Agora, se tem clube, eu ainda não sei. Preciso sentar e conversar com o meu empresário”, acrescenta.

"Eu era muito bravo"

O episódio valeu como lição para França, que deixou o Palmeiras em 2014 envolvido em polêmicas. A partir de agora, o volante quer “ter uma cabeça boa”.

“O que eu não quero mais fazer é me envolver nas polêmicas em que eu já me envolvi. Quero ter uma cabeça boa, continuar treinando, focado e voltar a jogar. Sinto falta de entrar em campo, de ver e rever companheiros de Figueirense. Assisto aos jogos do Figueirense, torço pelo Figueirense e dá a vontade de estar jogando, de estar correndo de estar ajudando o time, ouvindo a torcida”, desabafa.

“Agora, neste meu momento parado aqui, é analisar e ver o que aconteceu, ver que as coisas não são da maneira que eu estava levando a minha vida. É bem diferente. Agora é treinar mesmo e voltar a jogar o quanto antes. Agradeço ao Figueirense - foi uma honra ter vestido a camisa do Figueirense e ter conquistado o título estadual”, acrescentou.

O próprio França diz que mudou. Diz que “era muito bravo” e “não acatava as pessoas”. A briga de trânsito, ele coloca na conta do temperamento. Agora, porém, diz estar “bem mais calmo”, “cabeça no lugar”.

“O aprendizado que eu tiro de tudo isso é colocar a cabeça no lugar, procurar uma igreja evangélica porque só com Deus mesmo - com Ele já é difícil, imagina sem Ele”, diz. “Estou com a minha mãe e com o meu empresário, que frequentam a igreja. Pastores me chamaram pelo WhatsApp, me ligam. Então, é isso aí: quero colocar a minha cabeça no lugar e frequentar uma igreja.”