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PGR suspeita que Romário fez uso de caixa 2, diz revista; Senador nega

Romário (PSB-RJ) seria alvo de investigação da Procuradoria-Geral da República - Reprodução/Esporte(ponto final)
Romário (PSB-RJ) seria alvo de investigação da Procuradoria-Geral da República Imagem: Reprodução/Esporte(ponto final)

Do UOL, em São Paulo

10/06/2016 20h52

A Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal para investigar o senador Romário (PSB-RJ) pela suspeita de receber caixa dois de campanha na eleição de 2014, afirma reportagem da revista Época publicada nesta sexta-feira. De acordo com a investigação, a suspeita seria que a empreiteira Odebrecht deu R$ 100 mil ao senador em recursos não contabilizados de campanha.

De acordo com a revista, a investigação corre sob sigilo, e os procuradores ainda buscam provas de que o pagamento efetivamente ocorreu. A investigação da PGR partiria de mensagens de celular trocadas entre Marcelo Odebrecht e Benedicto Barbosa da Silva Júnior, um dos principais executivos da Odebrecht, que ganhou fama por controlar relações financeiras da empreiteira com mais de 200 políticos. 

Nessas conversas, haveria indícios de que a Odebrecht pagou R$ 100 mil de caixa dois para Romário, após a eleição vitoriosa para o Senado, em 2014. Na petição levada ao Supremo, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirma, segundo a revista Época, que a conversa é um indício da “prática habitual e sistemática de pagamento de propina”. Apesar de o diálogo citar R$ 100 mil para Romário, oficialmente não houve doações para o candidato, o que levantou à suspeita de caixa dois, sempre segundo a revista.

Procurada pela reportagem, a Odebrecht não quis comentar.

Em nota oficial divulgada em seu site, o senador Romário negou o recebimento de doações da Odebrecht e afirmou não conhecer Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira. Romário afirmou, também, que acionará a Procuradoria-Geral da República para obter mais esclarecimentos. "Já disse uma vez e volto a registrar, não vão me meter no meio dessa lama", afirmou.

Confira a resposta de Romário:

Recebi com surpresa e indignação a informação de que a Procuradoria Geral da República (PGR) teria pedido uma investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre uma suposta doação que eu teria recebido após a campanha de 2014 da empresa Odebrecht.

De acordo com a revista, há uma “SUSPEITA” de que a empreiteira “SUPOSTAMENTE” me doou a quantia de R$ 100 mil depois das eleições. O STF ainda irá decidir se inicia uma investigação, motivada pela descoberta de uma troca de mensagens entre Marcelo Odebrecht e uma pessoa identificada como Benedicto Barbosa da Silva Júnior. Que fique claro: não há nenhuma comprovação de que eu tenha recebido qualquer quantia da referida empresa.

Respondi a revista e reforço aqui:

Não recebi qualquer doação da Odebrecht, durante, após campanha ou em qualquer outro momento.

Todas as doações recebidas em 2014 foram legais e registradas na prestação de contas da campanha, nenhuma delas foi da empreiteira.

Nunca conversei com Marcelo Odebrecht ou com qualquer pessoa que tenha se identificado como seu emissário.

Enquanto candidato, não autorizei qualquer pessoa a falar em meu nome.

Amanhã mesmo acionarei a PGR e a Odebrecht para obter esclarecimentos.

Ademais, aguardarei o rápido tramite da Justiça para que os fatos sejam esclarecidos.

Já disse uma vez e volto a registrar, não vão me meter no meio dessa lama.