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Eurocopa liga alerta vermelho e se reforça para duelos contra hooligans

Brigas entre torcedores estão sendo comuns neste início de Eurocopa - REUTERS/Robert Pratta - REUTERS/Robert Pratta
Brigas entre torcedores estão sendo comuns neste início de Eurocopa
Imagem: REUTERS/Robert Pratta

João Henrique Marques

Do UOL, em Lyon

13/06/2016 06h00

A Erucopa 2016 teve todos os dias de competição marcados pela violência. A ação de hooligans deixou o futebol em segundo plano e faz a França temer mais confrontos. O alerta vermelho acionado antes para o terrorismo, agora também está voltado para ações de torcedores ultras das seleções.

O ápice da guerra até o momento foram os três dias de confrontos entre ingleses e russos em Marselha, no sul da França. Eles resultaram na prisão de 15 pessoas – polícia local avisa que o número vai mais que dobrar após averiguação das imagens de câmeras de vídeo vigilância - e mais de 30 feridos, sendo dois em estado grave. A cidade de Nice também foi palco de batalha de torcedores da Irlanda do Norte e França, no sábado. E domingo, em Lille, foi a vez de alemães brigarem com ucranianos.

A situação é calamitosa na França. A segurança do país com mais de 90 mil policiais preparados para a Eurocopa agora é considerada insuficiente. Grande parte deles é de profissionais considerados especialistas no combate ao terrorismo. Para operar em situações de violência urbana, a conclusão foi de que a frota precisa ser reforçada.

“A França está mobilizada para acabar com essa onda de violência. Tomaremos as medidas necessárias, pois estamos ciente de que seguimos em uma grande situação de risco de violência", disse o ministro do Interior da França, Bernard Cazeneuve, após reunião de autoridades francesas na noite de sábado.

cadeira voando - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
Imagem: Reprodução/Twitter

Em decisão provisória do governo até mesmo a venda de bebidas alcoólicas mesmo em perímetros distante dos estádios foi proibida.  São áreas consideradas “sensíveis, como praças que acumulam grande concentração de torcedores e até as pomposas “fan zone”(zona de fãs) organizadas pela Uefa nas cidades sedes que estão afetadas.

Já a polícia francesa abriu as portas para ajuda internacional. Da Espanha serão mais de 10 mil policiais que vão ajudar na segurança dos torcedores em jogos da seleção espanhola. Uma parceria de sucesso feita entre espanhóis e italianos na segurança da fina da Liga dos Campeões – entre Real Madrid e Atlético de Madri -, em Milão, na Itália, é usada como referência de sucesso.

No domingo, a Interpol, o serviço de policiamento britânico, anunciou que moveu grande contingente a Paris para ajudar no combate a violência. A organização diz que há grande possibilidade de que hajam no país-sede da Eurocopa a possibilidade de vários hooligans já fichados com passaportes roubados ou falsificados.

Para se ter uma ideia da ação dos hooligans, a polícia alemã anunciou no domingo que deteve 21 deles em Tréveris, cidade da Alemanha que faz divisa com o norte da França, durante viagem de carro a Lille, palco do jogo contra a Ucrânia.  O anúncio foi de que eles seguiam em três vans e levavam consigo protetores bucais e capacetes. Apesar disso, registro de hooliganismo foram registrados em Lille horas antes do jogo.

Novos temores

Seis jogos restantes da primeira fase da Eurocopa levam o alerta vermelho. Os duelos entre Inglaterra x País de Gales, Rússia x Eslováquia e Alemanha x Polônia, todos pela segunda rodada da fase de grupos, podem ter reforço policial até mesmo dobrado do que se previa inicialmente, anunciaram as autoridades francês.

Na terceira rodada, Rússia x País de Gales, Inglaterra x Eslováquia e Ucrânia x Polônia também geram muita tensão.   

No domingo, a frota de policiamento para a partida entre Turquia e Croácia, em Paris, já havia passado dos 1.000 previstos para 1.500. O jogo era considerado de alto risco, e confronto entre os torcedores foram evitados.