Para eles, torcer para Irlanda do Norte é mais fácil que para o Brasil
A cidade de Lyon, na França, parece ter o verde como uniforme tal a quantidade de gente espalhada com a cor. A cerveja na mão uma obrigação. E festa, muita festa. É a torcida do Irlanda do Norte celebrando a primeira participação na Eurocopa. Na cidade, ocorre o confronto contra a Ucrânia, nesta quinta-feira, às 13h, de Brasília. Para eles, não há outra seleção maior.
“Não somos o Brasil, somos a Irlanda do Norte. Mas é tudo a mesma coisa para mim”, diz a letra da música cantada no ritmo de “glória, glória, aleluia” em cada canto de Lyon.
O torcedor da Irlanda do Norte é provocativo ao falar de futebol. Mas o tom é auto depreciativo, assim como a música que se refere ao Brasil. Certo?
“Pare e pense: quem é maior no futebol?”, indaga Phil Mcgowan ao ser perguntado sobre a citação ao Brasil.
Talvez, Phil se refira ao fato da Irlanda do Norte, com quase 1,7 milhão de habitantes, ter população menor que a de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Recife, Curitiba, Manaus, Belo Horizonte, Brasília. Meu Deus! Ou, quem sabe, pelo motivo de no país apenas 40 jogadores serem profissionais. Não sei! A euforia e o excesso de provocações não deixam ninguém raciocinar.
“Nos ensine a sambar que te mostramos como jogar futebol”. “Venha beber com a gente, não vamos falar de futebol que não quero te ver chorar”. “Só estamos na Eurocopa para vingar o Brasil”, diz Chris Brooks. E algo que demora para cair a ficha: a Irlanda do Norte encara a Alemanha na próxima segunda-feira.
A tentativa de falar de ídolos parece ter mais seriedade. Elogios a Romário, Ronaldo, Ronaldinho, Neymar, são vários. Mas ninguém é George Best, atacante da Irlanda do Norte com passagem marcante pelo Manchester United e falecido aos 59 anos em 2005. No caso, o humor aparece na camiseta de Every Macgiulian
“Maradona good. Pele Better. George Best”, são os dizeres usando o trocadilho do sobrenome do jogador com a palavra em inglês “melhor”.
Do time atual, a maior referência é o zagueiro Jonny Evans, de 28 anos, do West Bromwich, da Inglaterra. Ele e o irmão de 26 anos, Corry, volante do Blackburn Rovers, da Inglaterra, têm canção com direito a coreografia, com o nome de Jonny levando os fãs a pular e o de Corry a agachar.
A torcida da Irlanda do Norte apresenta repertório grande de canções. Nas fan zone da Uefa espalhadas pela França, a música “Freed from desire” da cantora italiana Gala Rizzatto virou recorrente. Tudo, pois os diversos norte irlandeses espalhados pelo país emplacaram uma paródia da canção em exaltação ao atacante Will Grigg.
O contágio da torcida da Irlanda do Norte é maior com o passar do tempo. A noite chega em Lyon e o grupo verde só aumenta. O que não diminui é o consumo de cerveja: “uma para cada gol da Irlanda do Norte”?, entro na brincadeira da provocação. “Não, uma para cada falta”, arremata o torcedor.
A estreia da Irlanda do Norte foi com derrota de 1 a 0 para a Polônia. Conquistar ponto na Eurocopa parece improvável. Mas então: não é difícil torcer para a Irlanda do Norte?
“Difícil é torcer para o Brasil. Que o diga o Peru”, gargalha Chris Brooks colocando ponto final na brincadeira. Ou não!
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