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Conheça o caipira alemão que carrega o dever de romper a defesa da Itália

Draxler comemora o gol marcado pela Alemanha contra a Eslováquia - Patrik Stollarz/AFP
Draxler comemora o gol marcado pela Alemanha contra a Eslováquia Imagem: Patrik Stollarz/AFP

João Henrique Marques

Do UOL, em Paris

02/07/2016 06h00

Julian Draxler caminha de cabeça baixa, evita contato com os jornalistas e é de poucas palavras até com os companheiros da seleção da Alemanha. É a personalidade tímida do meia de 22 anos nascido cidade de Gladbeck, de apenas 70 mil habitantes, e que parece gostar de cometer abusos somente com a bola no pé. Esse é o pedido que fica para a partida contra a Itália, nas quartas de final da Eurocopa, neste sábado, às 16h (de Brasília), em Bordeaux, na França.

O treinador alemão, Joachim Löw, exige que Draxler abuse das tentativas de drible. Com os altos e menos habilidosos Thomas Muller e Mário Gómez na linha de frente, é ele que fica com a missão de romper a solidez defensiva da Itália, seleção que sofreu apenas um gol em quatro jogos na Eurocopa.

“Ele pede isso pra mim, me dá muita confiança. O técnico confia em mim e quer que eu busque o um contra um”, contou o jogador.

Draxler foi eleito pela UEFA o melhor jogador da vitória por 3 a 0 diante da Eslováquia nas oitavas de final. No confronto, foram diversas tentativas de dribles.

“Draxler foi bem, teve coragem no um contra um. Ele tem velocidade, deu assistência, fez gol e foi muito bem. Estou muito satisfeito com ele” afirmou Löw.

Julian Draxler - PHILIPPE HUGUEN/AFP - PHILIPPE HUGUEN/AFP
Imagem: PHILIPPE HUGUEN/AFP
O capira

Foi em uma reportagem do jornal esportivo alemão BIld em 2015 que Draxler foi chamado de capira. O intuito era apresentar o meia que escolheu trocar o Schalke 04 pelo Wolfsburg. As características de um homem de cidade pequena foram destacadas.

“Não sou de ir a bares. Não tenho esse interesse. Nunca saí de Gelsenkirchen (cidade do Schalke 04) enquanto joguei lá. Sinto falta da minha terra e da comida da mãe˜, disse o jovem.

A temporada pelo Wolfsburg foi irregular. A dura missão de substituir o ídolo belga De Bruyne pesou. Em números, terminou com 31 jogos e 8 gols. Só que o grande problema foi a oitava colocação do Wolfsburg no Campeonato Alemão, ficando de fora das competições europeias na próxima temporada.

A presença na Eurocopa chegou a ser questionada por conta do insucesso. À época, Marco Reus, meia do Borussia Dortmund, era titular certo, mas a ausência por lesão, assim como na Copa do Mundo de 2014, deixou Draxler com a vaga confirmada. Contra a Itália, será ele e mais dez.

“Sempre confiei nele. Não é um potencial enorme, já é uma realidade para romper linhas, ajudar pelos lados do campo e ainda fazer gols. Uma peça fundamental de nossa variação”, disse Löw.