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"Pequeno Diabo", Griezmann deixou rebeldia e virou o novo ídolo francês

Veja os gols de França 2 x 0 Alemanha

UOL Esporte

João Henrique Marques

Do UOL Esporte, em Paris

08/07/2016 06h00

Reverência à torcida, beijos na namorada, abraços na família e na saída do estádio a bola do jogo para o filho de um policial. O herói da classificação francesa à final da Eurocopa com os dois gols marcados na vitória por 2 a 0 contra a Alemanha, Antoine Griezmann, carrega a imagem do bom moço francês: educado, carinhoso e cordial. O status veio por conta de uma mudança radical no rumo da carreira.

Na França, Griezmann carrega o apelido de Le Petit Diable” (o Pequeno Diabo, em português). A referência é à baixa estatura e o futebol com velocidade e dribles, que inferniza os marcadores. Só que também faz alusão a um passado de rebeldia.

Griezmann tem no histórico com a seleção uma punição de mais de um ano entre 2012 e 2013 por mau comportamento. O estopim veio antes de uma partida pela equipe sub-21 quando ele e mais três jogadores fugiram da concentração em véspera de jogo para curtir a noite.

“Aprendi muito com o que passou. A punição me fez bem e agora sou outra pessoa, outro jogador. É que algo do passado e quero provar que sou um grande profissional. Assumo o erro e vou mudar”, disse Griezmann ao ter a primeira chance com a seleção.

Griezmann 2 - REUTERS/Kai Pfaffenbach - REUTERS/Kai Pfaffenbach
Imagem: REUTERS/Kai Pfaffenbach

O bom menino chegou a virar reserva da França na Eurocopa no segundo jogo da competição, contra a Albânia. A chateação com o treinador Didier Deschamps especulada pela imprensa francesa jamais foi exposta pelo calado jogador.

Contra a Alemanha após a histórica exibição, o discurso foi o mais cordial possível: “Estou muito feliz com os gols, mas isso é um trabalho de um grupo. Só consegui atingir a marca graças aos meus companheiros. Eles colocaram a França na final”, disse.

O atacante é o ídolo das crianças francesas. E com ótimas exibições e a classificação da França à final, está próximo de atingir status de craques como Michel Platini e Zinedine Zidane, ídolos campeões com a seleção.

“Eles são minha referência, um espelho. É uma honra ver as pessoas querendo essa comparação. Mas isso ainda é um exagero. Preciso conquistar mais coisas para o país”, comentou o bom moço Griezmann.