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Crítica uniu técnico a herói Éder e moveu campanha de Portugal

Eder comemora com a taça após ser destaque do título de Portugal na Eurocopa - Kai Pfaffenbach Livepic/Reuters - Kai Pfaffenbach Livepic/Reuters
Imagem: Kai Pfaffenbach Livepic/Reuters

João Henrique Marques

Do UOL Esporte, em Paris

11/07/2016 06h00

“Desta vez não digam que ganhamos por demérito do adversário, pois já me cansa um bocadinho”. Esse foi o pedido do treinador de Portugal, Fernando Santos, após o título da Eurocopa com vitória de 1 a 0 França, no Stade de France, em Saint Denis. A frase é um desabafo de quem ouvia críticas pela campanha cheia de empates – seis no total de sete jogos – e por algumas escolhas. A do herói do título Éder, por exemplo, nunca agradou.

A presença de Éder foi a principal crítica da torcida portuguesa na convocação da seleção para Eurocopa. Em partidas realizadas no país, o centroavante era vaiado, mas seguia com oportunidades graças somente ao treinador Fernando Santos.

“Não tenho nada a dizer sobre o Éder. Todos sabem o que eu penso dele e sempre acreditei que ele podia fazer gols”, destacou Fernando Santos.

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O retrospecto de Éder pela seleção pesava contra. Eram três gols, em 28 jogos antes do início da Eurocopa. Na fase de grupos, o centroavante esteve em campo duas vezes vindo do banco de reservas contra Áustria e Islândia, mas o desempenho fraco fez a crítica pela convocação ganhar força.
Fernando Santos parecia ter reconhecido um erro com a escolha. Éder não voltou a ser utilizado nos quatro jogos seguintes da campanha. Incrivelmente, a terceira e última rápida aparição foi ao substituir Renato Sanches no segundo tempo da final contra a França.

“Nem acredito. É algo maior que qualquer sonho. Sou muito grato ao Fernando (Santos) por tudo que ele fez por mim”, disse o eufórico Éder ainda em campo após a conquista.

O técnico de Portugal  conviveu com outras críticas da torcida. A classificação até a semifinal foi conquistada somente com empates, e a palavra “demérito” estava sempre presente em discurso dos jornalistas.

“As críticas são músicas para o meu ouvido”, dizia o treinador durante toda a campanha.

Fernando Santos foi resistente. Bancou Éder, defendeu as exibições da equipe após tantas igualdades e conseguiu o inesperado título. O mérito não está mais em julgamento.

“Conseguimos o que eu esperava, o que o grupo esperava. Se ninguém conseguia enxergar, paciência”, finalizou.