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Nobre evita críticas a árbitros, mas pede 'critério' em jogos do Brasileiro

Presidente do Palmeiras elogiou Gabriel Jesus: "jogador fora de série" - Cesar Greco/Ag Palmeiras
Presidente do Palmeiras elogiou Gabriel Jesus: 'jogador fora de série' Imagem: Cesar Greco/Ag Palmeiras

Do UOL, em São Paulo

14/07/2016 23h40

O presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, evitou fazer críticas diretas à arbitragem do Campeonato Brasileiro em entrevista nesta segunda-feira ao programa Cartão Verde, da TV Cultura.

Ao longo do primeiro semestre, o dirigente fez dura oposição aos árbitros dos jogos de sua equipe. Em junho, chegou inclusive a viajar à sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) para manifestar descontentamento a respeito do nível dos profissionais do apito na Série A.

Nesta segunda-feira, porém, afirmou que os árbitros “são seres humanos”. Entretanto, criticou os padrões duplos dos juízes. “A falta de critério é uma coisa que complica muito”, analisou.

Nobre ainda se descreveu como um presidente torcedor. O palmeirense afirmou que não atua como dirigente durante os jogos, dedicando o momento a torcer. Porém, também não age de maneira emocional nas negociações. “A chance de você errar na emoção é gigantesca”, diz.

Confira os principais trechos da entrevista de Paulo Nobre:

PERFIL COMO PRESIDENTE
“Quando você vira dirigente, você precisa saber conter o torcedor que existe em você. Ele nunca morre, quer sempre atuar. Durante os jogos, por exemplo, não me cobre uma postura de presidente. Durante os jogos, sou 100% torcedor, ajo como torcedor – até para poder desabafar.”

ARBITRAGEM
“Árbitros e bandeiras são seres humanos. O jogo é muito rápido. Tem muita crítica que a gente faz quando a gente constata que houve o erro mesmo. O olho humano não compete com as câmeras. Mas se eu pudesse fazer uma crítica, diria que falta critério. A falta de critério deixa os dois times muito nervosos (…). Uma bola na mão fora da área é uma coisa e dentro da área é outra coisa.”

“Tem árbitros que são supercoerentes. Mas tem árbitros que assustam.”

“De forma alguma acho que o Palmeiras é prejudicado. Acho que é bobagem. (Erros de arbitragem acontecem) ou por falta de preparo, ou por falta de competência. Da mesma forma que você tem jogadores bons e ruins, você tem árbitros bons e ruins. Isso não quer dizer que ele entre em campo pré-concebido a prejudicar (…). Peguem os jogos, os primeiros seis ou sete jogos do Campeonato Brasileiro. Aconteceram erros capitais em quase todos os jogos. De forma alguma eu vejo uma perseguição, mas tivemos a falta de sorte de acontecerem esses erros.”

GABRIEL JESUS
“Gabriel Jesus é um jogador fora de série, muito novo e já tendo destaque nacional e internacional. É absolutamente natural que existam interesses de grandes clubes em seu futebol. É o que eu falo. Geralmente, eu nem comento negociação, nem de compra nem de venda de jogador, até que se conclua. Eu não faço previsão se ele sai agora ou depois. Eu fico muito satisfeito com o Gabriel não querendo sair.”

“É uma decisão interna, que eu não posso abrir para vocês. Se pagarem a multa rescisória, não tem discussão, não tem conversa. Normalmente, o que está acontecendo ultimamente: eles (clubes) vão primeiro no jogador, acertam todo o pacote com o jogador, e pagam a multa. Não tem o que se discutir. A multa existe para uma situação dessas. Quando se paga a multa, não se discute. Se for uma coisa inferior à multa, tem discussão.”

SANTOS X PALMEIRAS
“Fiquei supernervoso. É um jogo superdifícil. Posso dizer que o Santos é um grande adversário - na minha gestão, que protagonizou grandes jogos com o Palmeiras. Então, é um jogo que, eu falei para o Modesto (Roma Jr., presidente do Santos) quando eu o encontrei no dia anterior, é sempre um grande jogo. Achei que o Palmeiras poderia até ter saído com a vitória, mas o Santos também fez por merecer. Qualquer resultado não poderia ter sido chamado de injusto.”

LIGA SUL-AMERICANA
“O Palmeiras não tem preconceito em falar de liga, mas o Palmeiras não entra em modismo. Não sou da política em que se peitando se consegue as coisas. Sou muito mais de conversar, de se impor na base da conversa e da lógica. Não de ficar propondo greve, isso é ridículo. O Palmeiras está representado em todas as reuniões.”

POLÍTICA
“Em 2013, quando meu grupo assumiu a presidência, tivemos uma ideia de fazer uma campanha diferente para fazer uma administração diferente. A gente não loteou a diretoria para ganhar voto. Quando você faz isso, tem que cumprir seus compromissos jurídicos, aí coloca um médico no jurídico. Me disseram: você nunca vai chegar à presidência. O que acontece? Com isso, conseguimos montar uma equipe como um todo que acredita na mesma filosofia de trabalho.”

REFORÇOS
“Eu sempre disse para todo mundo desde o primeiro dia da minha gestão: não existe grupo fechado no Palmeiras. Isso é uma constante.”