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Mano descarta reforços e volta ao exterior: "satisfeito com os milhões"

Nova era Mano Menezes no Cruzeiro começou sem desejos de retornar ao exterior - Pedro Vilela/Light Press/Cruzeiro
Nova era Mano Menezes no Cruzeiro começou sem desejos de retornar ao exterior Imagem: Pedro Vilela/Light Press/Cruzeiro

Enrico Bruno e Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

27/07/2016 15h07

Mano Menezes não esconde que o seu retorno ao Cruzeiro é também uma influência pela forma como deixou a Toca da Raposa II no ano passado. Em sua volta a Belo Horizonte, ele já sabe o que é necessário modificar na equipe e garante que não solicitará novos reforços. Sobre uma possível volta ao exterior, ele tratou com bom humor:

"Para os próximos sete anos estou satisfeito com os milhões que ganhei lá (na China)", afirmou aos risos. Na sequência, quando um repórter se atrapalhou para fazer a pergunta, o gaúcho manteve o bom humor: "Começaram a fazer as contas, né?".

Embora tenha rescindido o seu contrato para trabalhar no Shandong Luneng, da China, ele crê que a relação estabelecida com a diretoria à época foi boa e preponderante para que desse uma resposta positiva:

“Certamente, sim (a forma como saí foi importante para voltar). Essa confiança que existe no treinador é importante para conseguirmos soluções como encontramos no ano passado. Eu me senti bem aqui no ano passado e me senti assim de novo quando cheguei aqui hoje”, afirmou.

O substituto de Paulo Bento, com contrato até dezembro de 2017, assegura que não pedirá reforços à cúpula. Ele ainda se diz satisfeito com o grupo que tem em mãos:

“Não precisaríamos mudar quase nada. A situação é muito parecida. Temos que pensar nas coisas como elas são. Penso da mesma maneira que pensava em relação à qualidade do grupo. Não farei solicitação imediata de contratação. Qualquer avaliação mais precipitada de longe pode cometer injustiça com um jogador que temos ou supervalorizar alguém que venha de fora”, comentou.

Em relação às modificações na maneira de atuar, o treinador pensa que o ideal é melhorar o sistema defensivo, um problema de seu antecessor. O Cruzeiro tem a segunda pior defesa do Campeonato Brasileiro, com 27 gols sofridos. Somente o América-MG, com 29, teve a sua retaguarda mais vazada.

“Assisti aos últimos seis jogos do Cruzeiro. Penso em pequenos ajustes de estratégia, de algumas questões em relação à parte defensiva. A gente pode, em curto prazo, colher resultados melhores do que os que a equipe vem tendo. A qualidade em termos de criação é bastante boa”, concluiu.

Confira alguns trechos da entrevista de Mano Menezes:

A torcida crê que você é o salvador do Cruzeiro. Como vê isso?
Eu encaro com normalidade quando vem do torcedor. O torcedor é paixão, o presidente acabou de se referir a isso. Não pode esquecer a razão, que é necessária para as atitudes que devemos tomar e pretendemos tomar. Hoje estamos na 16ª rodada. Temos mais três rodadas para encerrar o turno. Eu não me sinto como alguém que vai chegar para resolver os problemas do Cruzeiro. Eu me sentiria mais próximo de um fracasso do que dos resultados. São os jogadores que resolvem o problema dentro do campo. O treinador é apenas uma peça dessa engrenagem. E que também sabe que precisa de um resultado em curto prazo para a confiança aumentar. Um ano não é igual ao outro, o trabalho também não. Os jogadores nem sempre são os mesmos. Temos que saber enxergar essas diferenças. Temos que dar um pouco de sorte, encontrar a equipe. Com alguns ajustes vamos transformar o jogar bem em vitórias.

Como vai montar a equipe?
Pretendo repetir algumas coisas que deram certo sob o meu comando, porque já deram certo, porque penso que tomamos decisões importantes no ano passado.

Willian é centroavante?
Não vejo o Willian como jogador de beirada de campo mais, porque já foi. É um jogador que define muito bem e, enquanto estiver mais próximo da área, terá mais oportunidades de definir.

O grupo deste ano é melhor que o de 2015?
O melhor grupo é aquele que demonstra dentro do campo que é melhor. A gente verá que há equipes que têm grupos muito qualificados, mas estão atrás de quem não tem a mesma qualidade. A oxigenação dos elencos é importante para que os novatos empurrem os que estão há mais tempo.