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Estreia de interino pode marcar começo de São Paulo longe de "estilo Bauza"

Bauza gesticula durante jogo do Sâo Paulo contra a Chapecoense - Rivaldo Gomes/Folhapress
Bauza gesticula durante jogo do Sâo Paulo contra a Chapecoense Imagem: Rivaldo Gomes/Folhapress

Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

07/08/2016 06h00

O São Paulo de Bauza nunca se preocupou em jogar bonito: com o argentino, a prioridade era fechar os espaços – em jogos fora de casa pela Libertadores, o ex-comandante até abria mão de Paulo Henrique Ganso, deixando o meia no banco. Este domingo, com a estreia do interino André Jardine diante do Santa Cruz, deve trazer uma ruptura com o estilo pragmático do agora técnico da seleção argentina.

Em sua passagem pelo Brasil, Bauza não escondeu que nunca foi partidário do futebol ofensivo e de toque de bola “à la Guardiola”. Pelo contrario, priorizou defender e atacar com o time todo e nunca se importou com posse de bola.

“Existe uma onda que diz que os únicos técnicos que servem são aqueles que arriscam e vão para a frente completamente, e para mim o futebol não é isso", disse Bauza, em entrevista concedida ao UOL Esporte em abril.

O pragmatismo do argentino levou o São Paulo às semifinais da Libertadores, e o próprio técnico à seleção argentina. Com Jardine, entretanto, tudo indica que o “estilo Bauza” começará a ser abandonado a partir deste domingo.

Bauza não é adepto do “tiki-taka”, e não gosta de times que arriscam e vão para frente completamente? Jardine, nexta sexta, comandou um treino que nao permitia mais de três toques na bola. Os jogadores foram probidos de recuar a bola e dar chutões, e incitados a se movimentarem de forma intensa o tempo todo.

Enquanto Bauza se mostrava disposto a abrir mão de Ganso em nome de um time mais compacto e eficiente, seu sucessor – ainda que interino – cobrou, durante todo o treinamento, ousadia, enfiadas de bola e jogadas individuais.

“Jogar não pode ser um sofrimento, tem que ser gostoso. Tem que ferrar o cara, ameaçar uma coisa e fazer outra. Tem que driblar! Ninguém desequilibra o jogo? Tem uma hora em que alguém precisa decidir, ser protagonista”, foram algumas das instruções do substituto.

Com apenas dois treinamentos, dificilmente as marcas de Jardine já aparecerão de forma clara neste domingo. Os sinais, entretanto, são claros de que, quanto mais tempo o jovem interino comandar o São Paulo, mais distante deve ficar o “estilo Bauza” de futebol.

Santa Cruz x São Paulo

Local: Arruda, em Recife (PE)
Data/Hora: 7 de agosto de 2016, às 16h15
Árbitro: Bruno Arleu de Araujo - RJ
Assistentes: Rodrigo Henrique Correa e Thiago Henrique Neto Correa Farinha (ambos do Rio de Janeiro)

SANTA CRUZ: Tiago Cardoso, Léo Moura, Neris, Danny Morais e Tiago Costa; Derley, Jadson, Danilo Pires, João Paulo; Keno e Grafite Técnico: Milton Mendes.

SÃO PAULO: Denis, Bruno (Buffarini), Maicon, Lyanco e Mena; Hudson, Thiago Mendes, Kelvin, Cueva e Chavez; Gilberto. Técnico: André Jardine.