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São Paulo faz proposta e se aproxima de R. Gomes, insatisfeito com Botafogo

Vitor Silva / SSPress
Imagem: Vitor Silva / SSPress

Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro

12/08/2016 01h36

O São Paulo enviou na noite desta quinta-feira uma proposta para contratar Ricardo Gomes. A oferta escancarou um clima ruim entre o técnico e o Botafogo, com quem tem contrato até o fim de 2017. Isso porque em maio, quando foi procurado para assumir o Cruzeiro, o treinador ganhou um aumento e não viu o Alvinegro cumprir a promessa de um novo contrato – apenas viu o vencimento crescer.

Essa situação deixou o treinador chateado, já que ficava sem segurança para trabalhar no Botafogo, que poderia manda-lo embora sem pagar a multa acordada de R$ 1 milhão. Como nada disso foi para o papel, Ricardo Gomes, por outro lado, pode trocar de clube sem qualquer problema.

O Botafogo já avisou o treinador de que não concederá novo aumento, já que acredita que o salário acordado em maio seja justo o suficiente para seguir no comando. O problema é que a oferta do São Paulo é praticamente o dobro do que ele recebe no Alvinegro – R$ 250 mil para R$ 400 mil.

Vale lembrar que Ricardo Gomes já recusou oferta maior do Cruzeiro para ficar no Botafogo. Mesmo com o aumento salarial que recebeu, a quantia dos mineiros ainda seria maior. O que pesa para a saída do treinador é justamente a chateação com promessas não cumpridas.

A primeira é justamente o fato de a diretoria do Botafogo não ter colocado no papel o novo contrato. Outro fato que incomodou foi a não chegada de jogadores de peso para a disputa do Brasileiro. Internamente, havia o discurso que isso ocorreria com a abertura da janela internacional. Chegaram Camilo, Rodrigo Pimpão e Canales.

Internamente, o Botafogo vê a situação como muito complicada. A situação está realmente nas mãos de Ricardo Gomes e o treinador parece inclinado a aceitar a proposta do São Paulo. O presidente do Alvinegro, Carlos Eduardo Pereira, disse que não considera ninguém insubstituível.

“Eu não tenho nenhum temor nisso. O Botafogo não depende de uma pessoa, nem eu, nem ninguém da diretoria, da comissão técnica acaba sendo considerado insubstituível. O contrato dele tem prazo determinado [fim de 2017] e é permitido tanto ao Botafogo, como ele [Ricardo Gomes], a rescisão de forma amigável”, disse o presidente do clube de General Severiano.

“No futebol, tem que ter um plano B, C, D. A gente está sempre acompanhando essa dinâmica, estudando e pensando essas situações. Mas eu prefiro não antecipar nada. O que se vê é uma situação dentro da normalidade do mercado e se vier a ocorrer alguma negociação, será analisado por nós”, finalizou Carlos Eduardo Pereira.