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Dani Alves defende Neymar: "Não é o pior e nem o melhor do mundo"

Daniel Alves defendeu Neymar e disse que atleta sofre muita pressão por ser o principal jogador da seleção - Rafael Ribeiro/CBF
Daniel Alves defendeu Neymar e disse que atleta sofre muita pressão por ser o principal jogador da seleção Imagem: Rafael Ribeiro/CBF

Do UOL, em São Paulo

22/08/2016 13h51

O lateral direito Daniel Alves foi convocado nesta segunda-feira (22) pelo técnico Tite para os próximos jogos da seleção brasileira pelas Eliminatórias da Copa. E, como não poderia deixar de ser, o atleta vinha acompanhando, mesmo que de longe, o desempenho da equipe olímpica na Rio-2016.

Em entrevista ao programa “Seleção Sportv”, Daniel Alves analisou o desempenho e o comportamento de Neymar, seu ex-companheiro de equipe e seleção que foi o principal jogador do técnico Rogério Micale no torneio.

Após garantir a medalha de ouro, Neymar teve uma ríspida discussão com um torcedor que estava próximo ao gramado do Maracanã, palco da final contra a Alemanha. Na opinião de Dani Alves, isto só aconteceu pelo fato de Neymar carregar uma responsabilidade muito grande mesmo sendo ainda muito novo.

“É a sensibilidade que existe, porque é uma carga muito grande. Ney é um moleque, um garoto, que carrega uma responsabilidade muito, muito grande. Às vezes cria essa sensibilidade por todas as coisas que aguenta com a idade que tem. Eu não me apego à questão das atitudes que tem, positivas ou negativas, porque ele sabe que o que tenho que falar, falo pra ele, aconselho, se tenho que dar dura, dou dura, se tenho que elogiar, elogio. Mas os grandes ídolos estão sendo tratados de uma maneira que não deveriam. No final, é só um garoto lutando por um sonho, tem muita pressão em cima”, declarou Dani Alves.

Confira a lista de convocados da seleção

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Ainda segundo o lateral, que fez questão de enaltecer o lado humano do atacante, as pessoas muitas vezes criticam sem saber o que se passa na vida dos atletas, analisando apenas o que acontece dentro dos jogos oficiais, esquecendo o lado pessoal e toda a dedicação nos treinamentos.

“Queria ver as pessoas nas condições dele, mas não só dele, porque acontecem com outras pessoas também, para ver como reagiriam em certas situações. Um desabafo cria um mal entendido em situações pontuais. Sempre fico com a parte mais nobre do Ney, a parte mais humana. Acredito que todas as coisas que venham a acontecer que sejam constrangedoras, que não sejam do agrado e satisfatória para ele e para as pessoas que o rodeiam, vão criar esse amadurecimento necessário para você ser uma pessoa experiente e ter uma mentalidade experiente. Você tem que cometer erros, viver coisas, tomar cascudos da vida. É isso que se cria um grande ser humano. Sempre vou ficar com a parte humana do Ney, porque a pressão que carrega é muito maior. Que ele cresça com tudo que ele possa vir a viver. Ele não é o pior do mundo e nem o melhor do mundo, ele tem que ser sempre uma pessoa equilibrada”, salientou Alves.

Dani Alves minimiza possível escolha para ser capitão da seleção brasileira

Após a conquista da medalha de ouro, Neymar tornou pública sua decisão de não ser mais capitão da seleção brasileira, deixando Tite livre para escolher o jogador que julgasse mais capacitado para utilizar a braçadeira. 

Durante entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, Tite minimizou a declaração de Neymar, tratando-a como algo tomado de cabeça quente, e disse que julgará quem deverá utilizar a braçadeira após o início de seus trabalhos com o elenco. No entanto, deu a entender que Miranda, que já ocupou o cargo, e Dani Alves, um dos mais experientes da convocação, também poderiam ocupar a função.

Para o lateral direito, a possibilidade de ser capitão da seleção é uma honra, mas não mudaria sua forma de agir dentro do elenco. De acordo com Alves, ele já tem uma postura de orientar e cobrar seus companheiros mesmo sem usar a braçadeira.

"Eu sempre estou preparado para o que a vida me oferecer, é assim que eu vou levando minha vida, é assim que eu cresci, é assim que aprendi. Cometi bastante erros, mas sempre falo que são aprendizados e experiências que só te fazem melhorar se você é um pouco inteligente. Não é uma preocupação, eu acredito que não aumenta e nem diminui meu comprometimento com a seleção ser capitão ou não. Sempre estou preparado para servir à comissão técnica e vou sempre me dispor a fazer algo a mais do que jogar futebol e ter bom rendimento. Acredito que, na seleção, a responsabilidade é sempre um pouco mais do que o campo, do que fazer um bom papel. O papel que faço na seleção desde que me apresentei independe de ser capitão ou não, vou sempre tentar contribuir da melhor maneira possível para que a gente cresça no futebol e como país. Volto a insistir, (trabalho) para que as pessoas tenham orgulho de parar na frente da televisão para ver a seleção e de seus representantes. Esse é meu compromisso com a seleção brasileira", concluiu Alves.