Tranquilo em estreia, Tite prioriza defesa e comemora com carinho em Neymar
Tite, enfim, debutou à frente da seleção brasileira. Após mais de dois meses de expectativa, o treinador deu início à nova era da equipe na beira do gramado do Estádio Olímpico Atahualpa, em Quito. Se as pernas tremiam no dia que foi apresentado no cargo, o que se viu na tarde desta quinta-feira, foi um técnico tranquilo no duelo diante do Equador, pela sétima rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo Rússia-2018.
“Estou em paz, tranquilo”, contou Tite na véspera da partida. De fato, a julgar pelas suas atitudes no banco de reservas, o discurso era fiel ao sentimento do momento.
De blazer preto e uma camisa azul, o novo técnico da seleção foi o primeiro membro da delegação a pisar o gramado de Atahualpa. Um misto de ansiedade e liderança. Tite falava com todos e procurava claramente abraçar o grupo antes do primeiro desafio da nova era.
Com a bola rolando, poucos gritos, muitos gestos e uma preocupação excessiva com a defesa. Era claro que o posicionamento do time sem bola era a prioridade do novo técnico, que orientava seus jogadores a todo tempo, especialmente os homens de meio e ataque quando voltavam.
A maior preocupação do primeiro tempo foi com uma entrada sofrida por Renato Augusto, que mancou bastante e ameaçou deixar o campo. O meia seguiu e Tite se manteve tranquilo.
No segundo tempo, os primeiros sinais de incômodos. E não era com a defesa, sua prioridade, mas com as chances desperdiçadas no ataque. Tite lamentou muito os gols perdidos por Renato Augusto e Marcelo. Na sequência, no entanto, o alívio: veio o gol de pênalti de Neymar.
Discreto, Tite deixou a festa para jogadores e comissão técnica e se virou sozinho para o banco. Depois, esperou Neymar passar e lhe deu um abraço forte. O carinho de alguns segundos marcou a comemoração com alguém que não vive sua fase mais estável na equipe. E o treinador não escondia dos mais próximos tal preocupação.
Passado o carinho a Neymar, um papo rápido com Daniel Alves, Paulinho e Renato. A defesa voltava à pauta. Tite pedia atenção às investidas do time da casa pelo empate. As orientações novamente foram seguidas à risca, dando espaços a novas investidas. E o resultado, que já era extremamente satisfatório, saiu melhor que a encomenda de “jogar bem e não tropeçar”.
Gabriel Jesus aproveitou cruzamento e escorou para o fundo da rede. Ele ainda marcou um belo terceiro gol. Um resultado fundamental para um início de trabalho à semelhança de Tite na estreia: tranquilo.
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