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Marco Aurélio Cunha chora, descarta contratações e faz apelo à torcida

Marco Aurélio Cunha é apresentado no São Paulo - Luiza Oliveira/UOL
Marco Aurélio Cunha é apresentado no São Paulo Imagem: Luiza Oliveira/UOL

Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

10/09/2016 12h42

Começou com lágrimas a nova passagem de Marco Aurélio Cunha, 62, pelo São Paulo. Apresentado neste sábado (10), o diretor-executivo de futebol da equipe paulista chorou ao dar a primeira resposta em uma entrevista coletiva e ressaltou o aspecto emocional de sua decisão.

“Voltei ao meu primeiro emprego”, disse o dirigente em tom emocionado. Cunha trabalhou no departamento médico do São Paulo entre as décadas de 1970 e 1990, saiu e voltou como dirigente de futebol em 2002.

Neste ano, o retorno do dirigente foi uma das medidas tomadas pela diretoria do São Paulo para tentar estancar uma crise. O time do Morumbi tem 28 pontos ganhos em 23 rodadas do Campeonato Brasileiro e está a apenas um da zona de rebaixamento.

"Minha vinda representa muito os são-paulinos. Em ruas, restaurantes, táxis... Em todos os lugares que frequento eu escuto isso. Senti que havia uma ideia coletiva voltada a isso", disse Cunha. "É uma honra e um prazer retornar ao clube em que comecei minha carreira. Não voltei por vaidade ou por necessidade pessoal. Não voltei por razão alguma além do torcedor que pedia por isso", completou.

Marco Aurélio é o nome que muitos torcedores queriam para voltar ao São Paulo. Por isso, ele espera unir tanto oposição quanto torcida para o bem do clube. Ele criticou o comportamento da torcida na invasão e fez até um apelo para que ela saiba se manifestar.

“A crítica merece ser dita democraticamente, mas não pode ser invasiva. É um vexame quando a organizada invade a sua própria casa. Sempre nos gabamos de não temos participado disso, de outra serie que não a serie A. A torcida deve pensar muito agora, antes de um ato que não nos engradece, só nos apequena. Acho que isso não vai acontecer, aliás, eu peço que seja comportada, respeitosa e o dia que entender que coisas vão para o lado ruim da falta de comprometimento que se manifeste num lugar adequado”.

Em sua nova gestão, Marco Aurélio Cunha também praticamente descartou fazer novas contratações. “Acho que não vou trazer mais ninguém”, disse ele que criticou a formação do elenco atual.

O novo dirigente quer priorizar o diálogo entre todas as partes do clube para que o time volte a vencer. Ele pretende ter uma conversa franca com os atletas, sem cobrança, para entender as necessidades deles.

“Não adianta vir aqui falar palavras de ordem, não adianta chutar a porta. Jogador de futebol quer informação: ‘como eu posso melhorar?’. Jogador de futebol é extremamente inteligente quando percebe alguém que dá a ele o caminho, ele atende”, disse.

“A conversa tem que ser mostrando alguma coisa para que ele cresça, melhore. Não adianta falar: ‘o São Paulo é grande’. Não pode, isso todo mundo fala, não vim para fazer isso, vim para mostrar detalhamento. Não ponho culpa em ninguém”, disse.

Marco Aurélio ainda apontou o que é preciso ser feito para que o time volte a vencer e subir na tabela. "A gente tem que diminuir o índice de erros, trabalhar mais em conjunto, ter um time equilibrado, uma equipe que trabalhe mais coletivamente. Diminuir a pressão externa."