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Ele abriu (sem querer) o caminho para Malcom. Hoje, busca lugar no Grêmio

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

17/09/2016 06h00

Egresso do Novo Horizontino por empréstimo, Matheus Batista era titular do time de base do Corinthians. Se preparava para a Copa São Paulo de 2013, até que sofreu uma lesão. Impedido de jogar, perdeu espaço no time para Malcom, que ali começaria a mostrar seu futebol. Sem querer, sem jogar, o atacante que hoje é aposta no Grêmio 'ajudou' o clube paulista a lucrar R$ 22 milhões. 

"Exato, jogávamos juntos na mesma equipe. Certo dia, eu, que era o titular, me machuquei sem gravidade, e foi justamente nesse momento que ele acabou tendo espaço e mostrou a sua qualidade", disse Batista em entrevista exclusiva ao UOL Esporte. "É sempre muito bom ter uma oportunidade num clube grande, mas infelizmente acabei não recebendo muitas chances por lá. Hoje estou muito satisfeito aqui no Grêmio, que é outra agremiação gigante do nosso futebol", completou. 
 
Malcom ganhou espaço no Corinthians naquela Copa São Paulo, em seguida virou alternativa ao elenco principal e depois se firmou na equipe. No ano passado, foi vendido ao Bordeaux, da França, por 5 milhões de euros (R$ 22 milhões na cotação da época). 
 
A aposta em Batista é grande. Tanto que a direção gremista não pensou duas vezes em liberar Bobô para o Sydney FC, da Austrália. Mesmo sem lucrar quase nada, o comando do clube e a comissão técnica chegaram a conclusão que era possível apostar em Batista como alternativa imediata no setor ofensivo. 
 
"Fiquei realmente muito feliz em saber disso, já que é uma clara demonstração de que o clube tem grande confiança no meu futebol e aposta muito em mim. Meu único pensamento neste momento é poder retribuir tudo isso em campo", explicou. 
 
Os números em campo justificam o apreço no centroavante de 21 anos. No Brasileiro, ele tem 85 minutos disputados, entrou em apenas quatro jogos e já marcou um gol, diante do Botafogo, quando driblou o goleiro e fez quase sem ângulo. No Gauchão, esteve em campo por 18 minutos, entrando em dois jogos, e também deixou sua marca.
 
"Creio que meu momento é bom, e estou sabendo aproveitar as oportunidades que tenho recebido, independente do tempo que permaneço em campo. Meu objetivo é, a cada nova chance, ser ainda melhor que na vez anterior", acrescentou. 
 

Indicação de campeão da Libertadores

Em 2014, quando chegou ao Grêmio para os times de base, Batista teve a indicação do ex-volante Luís Carlos Goiano. Campeão da Libertadores de 1995 e ídolo no clube, o marcador comandava o Novo Horizontino, clube formador do atleta. 
 
"Sempre foi muito boa a minha relação com ele. Recebia muitos auxílios, conselhos e isso me ajudou em várias situações, tanto dentro como fora de campo", contou. "Conversávamos muito, e ele falava que era uma grande equipe, onde fez história e que eu deveria procurar sempre aproveitar as oportunidades que surgissem, pois eu não teria a garantia que outras apareceriam. Ele me passava que, da mesma forma que ele, eu tinha tudo pra conquistar muita coisa pelo clube também", completou"
 
Hoje o exemplo está bem mais perto. Do elenco atual, Luan e Walace servem de motivação para ele. Contratados para base, com tempo no time de transição, a dupla que conquistou o ouro olímpico pela seleção ganhou status e é pretendida por grandes da Europa. Caminho que ele também pretende trilhar um dia. 
 
"Servem e muito. Luan e Walace são hoje jogadores de ponta no futebol brasileiro e tenho a intenção de trilhar um caminho semelhante ao deles aqui no Grêmio", finalizou.