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Tite diz ter sido "um pouco egoísta" ao assumir a seleção brasileira

Guillermo Granja/Reuters
Imagem: Guillermo Granja/Reuters

Do UOL, em São Paulo

21/09/2016 00h46

No dia 14 de junho, Tite viajou para o Rio de Janeiro para conversar com a cúpula da CBF. Surgia ali a oportunidade do então treinador do Corinthians assumir o comando da seleção brasileira, que havia acabado de demitir Dunga. Apesar de ser dado como nome certo para a função, Tite afirma ter tido dúvidas antes de dizer “sim” a Marco Polo Del Nero – a confirmação veio um dia depois.

“Foi muito difícil. Eu não tinha convicção depois da primeira conversa. Tinha dúvidas por causa do trabalho e das pessoas de dentro do Corinthians, que tenho respeito e admiração. Mas ao mesmo tempo, era um sonho meu. E pensei: ‘esse é meu momento, será que vai surgir outra possibilidade depois? Eu vou ter uma nova oportunidade?”, explicou Tite, durante entrevista na “ESPN”.

Mesmo em meio às dúvidas, Tite optou pelo “sim”, uma escolha que ele admite ter sido motivada por interesses pessoais. “A vinda para cá (sede da CBF) e a conversa com o presidente Del Nero foram determinantes para a decisão. Acho que fui um pouco egoísta. Pensei: ‘deixa eu satisfazer meu sonho e ter no meu currículo que fui técnico da seleção brasileira”.

Tite, no entanto, não esconde que esperava que a conversa com a CBF tivesse acontecido dois anos antes, em 2014, depois da Copa do Mundo. Na época, o treinador havia saído do Corinthians e viajava pela Europa conversando com treinadores. A CBF, porém, optou por contratar Dunga pela segunda vez – ele havia comandado o Brasil entre 2007 e 2010.

“Foi um momento pós-Copa do Mundo muito difícil. O momento que o Dunga assumiu era um momento de transição muito difícil (na seleção brasileira). Eu criei essa expectativa (de ser o escolhido), fiquei frustrado, mas por um curto espaço. Na sequência, não imaginava ser convidado (para ser técnico do Brasil)”, continuou.

Durante a entrevista, Tite sobre alguns jogadores da seleção brasileira, como Neymar e Marcelo. Confira outras aspas do treinador:

Neymar

Neymar é um garoto do bem. Repito: é um garoto do bem. É aberto ao aprendizado, à busca de conhecimento e evolução. Tal qual outros garotos de 24 anos, precisa ser orientado, precisa cresce.

Filipe Luís

Eu peguei um livro e dei para ele. Falei que representava a consideração que eu tinha por ele. Eu tinha dois laterais de finais de Liga dos Campeões (Filipe Luís e Marcelo), mas eu tinha que escolher um. O livro que dei foi do Paulo Coelho, “Maktub”.

Casemiro

O domínio que ele tem da posição no sistema é impressionante. Ele tem visão periférica até dentro do vestiário.

Marcelo

Quando eu conversei com o Zidane, falei: ‘gostaria de ouvir de ti’. Ele disse: ‘Tite, Marcelo, Casemiro e Danilo são boas pessoas. Depois ele falou das características de cada um. E o Marcelo é impressionante na fase de transição defensiva e ofensiva. E o grande desafio do técnico é ajustar as peças em um sistema que potencializa as peças.