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Vice do Flamengo minimiza condução coercitiva na Lava Jato

Mesmo com depoimento à Polícia, Flávio Godinho não perdeu prestígio interno no Flamengo - Gilvan de Souza/Flamengo
Mesmo com depoimento à Polícia, Flávio Godinho não perdeu prestígio interno no Flamengo Imagem: Gilvan de Souza/Flamengo

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

23/09/2016 06h00

Sócio de Eike Batista durante anos e diretor da EBX até 2013, o advogado e atual vice-presidente de futebol do Flamengo, Flávio Godinho, foi conduzido coercitivamente na manhã de quinta-feira (22) à sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro para depoimento na 34ª fase da Operação Lava Jato. Apesar do envolvimento na investigação, o caso não chegou a abalar o moral do cartola nos corredores da Gávea.

Membros da alta cúpula da diretoria, aliados da situação e até membros da oposição rubro-negra garantem que a participação de Godinho na fase denominada “Arquivo X” da Lava Jato não repercutiu tanto no clube.

Diretores da EBX e membros do antigo governo são investigados por supostos desvios na construção das plataformas P-67 e P-70, da Petrobras, construídas para a exploração do pré-sal, no ano de 2012.

Em contato com a reportagem, o vice de futebol e ex-executivo da EBX garantiu ter sido levado à Polícia Federal apenas como testemunha e foi breve. “Como fui ouvido acerca de fatos relacionados a terceiros, prefiro me calar”, disse, através de uma mensagem de celular deixando claro que gostaria de conversar apenas sobre Flamengo.

A boa fase do Rubro-negro em campo, inclusive, foi o que acabou blindando Godinho nos bastidores do clube. Com uma Gávea relativamente tranquila por conta de campanhas vitoriosas no Brasileiro (é vice-líder) e Sul-Americana (venceu o Palestino fora de casa), assunto não chegou a ganhar força.

No início do ano, como o envolvimento da EBX em escândalos, membros da oposição chegavam a bradar: “Godinho também vai cair”, diziam alguns. Mas o cartola seguiu de pé. Em sua vida pessoal e no Flamengo, onde goza de prestígio atualmente.

Mesmo evitando misturar o clube em sua situação na Lava Jato, o vice-presidente fez questão de entrar em contato com seus pares na Gávea para explicar o caso. Reforçou que foi ouvido apenas como testemunha e revelou que não respondeu a mais que duas perguntas. “Fiquei poucos minutos lá”, disse aos companheiros.

Procurado pelo UOL Esporte para falar sobre o assunto, o Flamengo minimizou o caso. “Trata-se de assunto de cunho pessoal e que não cabe ao Flamengo, como instituição comentar”.

Tentando passar longe das polêmicas na esfera policial, o vice de futebol volta suas atenções para dentro de campo. O próximo compromisso do time é no domingo contra o Cruzeiro, pelo Campeonato Brasileiro, onde disputa a liderança com o Palmeiras. Na quarta (28), o duelo de volta – onde precisa apenas de um empate – contra o Palestino, do Chile, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.