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Ex-melhor do mundo supera vícios e vira voz contra homofobia nos EUA

Abby foi de melhor do mundo ao vício em álcool e remédios - Reprodução/YouTube
Abby foi de melhor do mundo ao vício em álcool e remédios Imagem: Reprodução/YouTube

Do UOL, em São Paulo

24/09/2016 06h00

Ninguém fez mais gols pelos Estados Unidos do que ela, mesmo considerando os homens. São dois ouros olímpicos e uma Copa do Mundo. Também tem um prêmio de melhor do mundo. Como jogadora de futebol, Abby Wambach tinha tudo. No entanto, ainda assim, ela foi ao fundo do poço por culpa de seus vícios e chegou a ser presa. Agora, garante estar recuperada e virou uma voz contra a homofobia.

Abby é a maior artilheira da história da seleção norte-americana, com 184 gols. Foi um dos ícones do futebol no país e atingiu o auge pessoal em 2012, quando foi eleita pela Fifa a melhor jogadora do mundo. Mas toda a responsabilidade de ser o rosto do time foi descontada no álcool e em remédios controlados.

“Isso não é algo que só aconteceu comigo quando eu me aposentei do futebol. É algo que estou enfrentando faz anos”, conta Abby em sua biografia, Forward.

Em entrevista recente, no entanto, a ex-jogadora, que pendurou as chuteiras no fim de 2015, assegurou que o vício e o consumo de remédios controlados só começaram na parte final de sua carreira. O álcool chegou mais cedo em sua vida, mas ela diz que não fez uso de doping como jogadora.

O livro de Abby é dividido em quatro partes, denominadas "Maria-macho", "Capitã", "Lésbica" e "Viciada". Assim ela resume sua vida antes, durante e após a vitoriosa carreira que fez dela um ícone esportivo e também o centro das atenções pelo lado negativo.

Em abril deste ano, a ex-atacante foi presa ao ser flagrada dirigindo alcoolizada. O caso repercutiu no mundo todo. “Aquela noite foi a melhor coisa que podia ter acontecido em minha vida. Se não tivesse sido humilhada publicamente, talvez não tivesse despertado”, resume.

Abby, hoje, afirma que está “limpa” e usa a potência de seu nome para lutar por uma causa que a seduz há muito tempo: a homossexualidade. A ex-jogadora se casou em Sarah Huffman em 2015. “Sarah foi umas das minhas salvadoras, porque foi uma das primeiras pessoas que me colocou diante dos meus problemas”, descreve.

Depois de enfrentar o conservadorismo de sua família ao se assumir gay, Abby hoje luta pela igualdade entre gêneros. Trocou a mistura de vodka e remédios pela bandeira contra a homofobia. Parece, enfim, ter encontrado um novo objetivo depois de conquistar praticamente tudo no futebol.