Topo

Convocado à seleção, Wendell foi cogitado como 'sombra' de Marcelo no Real

Wendell, 23, chega à seleção principal como aposta de qualidade aliada à versatilidade - Ina Fassbender/Reuters
Wendell, 23, chega à seleção principal como aposta de qualidade aliada à versatilidade Imagem: Ina Fassbender/Reuters

Do UOL, em São Paulo

26/09/2016 18h48

Convocado por Tite para o lugar do machucado Marcelo para os dois próximos jogos da seleção brasileira, pelas Eliminatórias da Copa da Rússia, no início de outubro, Wendell já foi cogitado como “sombra” do brasileiro na lateral esquerda do Real Madrid.

Natural de Fortaleza, no Ceará, Wendel Nascimento Borges teve rápida ascensão no mundo da bola, chegando num clube médio do futebol europeu aos 21 anos. No Brasil, destacou-se no Grêmio, antes de ser vendido ao Bayern Leverkusen. Hoje, com 23 anos, ele é convocado pela primeira vez para a seleção principal – havia sido chamado para dois amistosos da seleção olímpica, em março deste ano, pelo técnico Rogério Micale. 

Jovem, hábil e veloz, Wendell sofreu um pouco para se adaptar à língua na Alemanha, mas correspondeu dentro de campo desde as primeiras partidas no Leverkusen. Embora seja lateral de origem, chegou a jogar algumas vezes avançado, principalmente pelo lado esquerdo na segunda linha no meio de campo.

A versatilidade e qualidade de Wendell chamaram a atenção na última janela de transferência do Real Madrid, que o cogitou como reserva ideal de Marcelo, segundo publicou o jornal As. A publicação, aliás, chegou a entrevistá-lo sobre a possibilidade da transferência para o Santiago Bernabéu.

“Qualquer jogador do mundo, independentemente da nacionalidade, sonha em jogar no Real Madrid. Marcelo é um ídolo, Roberto Carlos é uma lenda, um mito. Seria maravilhoso seguir a tradição brasileira em um clube com tanta história”, afirmou Wendell em março ao jornal As, citando a tradição brasileira na lateral esquerda merengue.

Poucos meses depois, Wendell enfim substitui Marcelo. Se não ainda na lateral esquerda do Real Madrid, pelo menos como opção de Tite para a seleção.

"Eu vinha sendo chamado para a seleção olímpica e estava a um passo na principal. Sabia que se me mantivesse concentrado, fazendo grandes jogos no Leverkusen, uma hora ia aparecer a oportunidade. Estou muito feliz e não tenho como agradecer a oportunidade que o Tite está me dando. Não gostaria que fosse dessa forma, com a lesão do Marcelo, mas espero me apresentar muito bem e fazer um grande trabalho", afirmou Wendell, nesta segunda-feira (26), ao programa Bate-Bola da ESPN Brasil

Do Ceará para Alemanha

Wendell começou a jogar futebol no Icasa-CE, mas foi revelado pelo Iraty-PR. Depois, passou com destaque por Londrina e Paraná antes de chegar ao Grêmio em 2013. Lateral-esquerdo com vocação ofensiva, ele disputou 43 jogos pelo Grêmio, marcando um gol. Acabou negociado com o Bayer Leverkusen em fevereiro de 2014 por 6,5 milhões de euros, mas ainda permaneceu no Imortal até o meio do ano, quando do desfecho da Copa Libertadores.

Assim que chegou na Alemanha, Wendel ganhou a posição de titular da equipe e transformou-se num dos jogadores mais importantes no sistema do técnico Roger Schmidt. No Leverkusen, o brasileiro já disputou 84 partidas, tendo feito um gol e dado quatro assistências, entre jogos da Bundesliga e da Liga dos Campeões. Segundo o site especializado em transações Transfermarkt, o valor de mercado de Wendell é atualmente de 15 milhões de euros (quase R$ 55 milhões).

Zé Roberto: amigo e 'espelho'

Quando chegou ao Grêmio, em 2013, Wendell se deparou numa disputa de posição pela lateral esquerda com Zé Roberto, ex-jogador do Bayern Leverkusen entre 1998 e 2002. Em entrevista há quase dois anos, logo depois de concluir sua transferência para a Alemanha, ele revelou que o veterano foi uma de suas principais referências para enfrentar o desafio na “nova casa” na Europa. Wendell diz que aprendeu muito, tanto dentro como fora de campo, com Zé Roberto, a quem chama de “amigo” e com quem mantém contato mesmo à distância. A versatilidade pelo flanco esquerdo e a camisa do Leverkusen transformaram-se apenas em novas afinidades.