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Áudios falsos sobre gremistas geram preocupação e podem parar na polícia

Roger Machado comandou o Grêmio contra o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro - Ernesto Rodrigues/Folhapress
Roger Machado comandou o Grêmio contra o Corinthians pelo Campeonato Brasileiro Imagem: Ernesto Rodrigues/Folhapress

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

04/10/2016 06h00

Desde a saída do técnico Roger Machado do Grêmio, em 14 de setembro, que uma série de áudios viralizaram em grupos de Whatsapp. Imitações do técnico, em expressões e tom de voz, citam problemas internos que jamais existiram de fato. E o conteúdo do material gerou revolta. O mesmo ocorreu nas últimas semanas quando novamente um suposto áudio vazado citou os atacantes Miller Bolaños e Luan. Afetados pelo uso da imagem, o treinador e o atacante brasileiro cogitam procurar a polícia. 
 
São dois áudios com imitações do técnico Roger Machado. O mais antigo foi o que mais irritou o ex-lateral esquerdo e sua família. No conteúdo, citava que o atacante Luan estaria tendo relações com sua filha. As filhas de Roger têm 11 a 8 anos de idade. E mesmo que quem conhecesse o treinador entendesse que se tratava de uma imitação, os menos avisados poderiam achar que de fato se tratava dele relatando a amigos. 
 
O segundo áudio critica a conduta dos jogadores que foram campeões olímpicos - Luan e Walace. "Pedi para sair porque não tinha mais ambiente. Não bastava aqueles dois piás (gíria gaúcha para garotos) de m... que voltaram da seleção com uma medalha e esfregando na cara de todo mundo que eles tinham título, antes do jogo ainda peguei dois fazendo o que não deviam dentro do hotel", diz o material que rodou por grupos de Whatsapp. 
 
Em contato com a reportagem do UOL Esporte, a estafe de Roger contou que ele ficou muito irritado com os áudios. O treinador e a mulher buscaram de todas as formas descobrir quem estava por trás das imitações. A ideia seria entrar com um processo na Justiça. Sem sucesso pela falta de rastro dos áudios, a intenção de encontrar o 'fake' diminuiu, mas não acabou. Até hoje, uma ida à polícia para tentar punir o responsável não está descartada. Ainda mais porque o primeiro áudio aborda a imagem das filhas do casal, duas crianças. 
 
Já o áudio que se refere a Luan e Bolaños seria supostamente gravado por uma jornalista, que relata uma relação homossexual entre ambos. Também sem qualquer rastro, o áudio foi divulgado em grupos de Whatsapp e chegou até o jogador e sua estafe, que irão se reunir no retorno da delegação a Porto Alegre após a partida contra o Vitória, na quarta-feira, para decidir as providências a serem tomadas. Não está descartado procurar a polícia. 
 
"Isso é um absurdo. Não prejudica a imagem do jogador, porque ninguém mais é bobo. Ninguém acredita nisso. Mas o que fica é surpreendente. Que um homem e uma mulher percam seu tempo para fazer isso", disse o agente de Luan, Jair Peixoto, ao UOL Esporte. "Até o presente momento não fizemos nada. Mas existe uma delegacia especializada nisso e vamos conversar. Se o Luan entender assim, vamos procurar, sim", completou. 
 
O Grêmio enquanto clube não terá influência sobre o caso. Por considerar de cunho pessoal, não haverá envolvimento do jurídico em qualquer ação que venha a ser movida seja por atleta ou pelo ex-técnico. 
 
A reportagem do UOL Esporte tentou entrar em contato com os responsáveis pela carreira de Miller Bolaños, mas não obteve sucesso até o fechamento desta matéria.