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Com time em crise, estrelas fazem Valdivia voltar à seleção do Chile

Valdivia em ação pelo Chile; meia volta à seleção após quase um ano longe - AFP PHOTO / MARTIN BERNETTI
Valdivia em ação pelo Chile; meia volta à seleção após quase um ano longe Imagem: AFP PHOTO / MARTIN BERNETTI

Do UOL, em São Paulo

05/10/2016 06h00

Bicampeã da Copa América e dona de um elenco cheio de estrelas do futebol europeu, a seleção chilena está em crise nas Eliminatórias e ameaçada na briga por uma vaga na Copa de 2018. Com o time precisando vencer Equador (fora) e Peru (casa), quem foi escolhido como candidato a salvador da pátria? Jorge Valdivia, que nesta quinta pode voltar a defender seu país após quase um ano de “molho”. Culpa de estrelas como Arturo Vidal e Alexis Sanchéz, que fizeram pressão e emplacaram o meia de novo na seleção.

Valdivia, que hoje defende o Al-Wahda, dos Emirados Árabes, não era chamado desde novembro do ano passado, quando foi expulso diante do Uruguai. Desde que Juan Antonio Pizzi assumiu o comando do Chile, no começo deste ano, o ex-palmeirense ainda não entrou em campo. Ele cumpriu quatro jogos de suspensão nas Eliminatórias e ficou fora da Copa América nos EUA sob a justificativa de que está fora de forma e não atua em uma liga competitiva. A seleção foi bicampeã e ele sequer entrou na pré-convocação feita por Pizzi.

“Me surpreendi muito quando me vi fora de uma lista de 40 jogadores. Por quais motivos? Tudo que ele falou, de que estou fora de forma e que não estou jogando bem, são coisas que eu posso responder. Isso me faz pensar que talvez ele não tenha me chamado porque alguém falou que eu sou um mal elemento”, disse Valdivia ao programa Vertigo, do canal 13 do Chile, em julho.

Só que o cenário mudou. A conquista da Copa América nos EUA foi uma exceção para um time que só venceu um de seus quatro jogos nas Eliminatórias e está na sétima colocação, seriamente ameaçado de não ir à Rússia. Depois da derrota para o Paraguai e o empate em casa contra a Bolívia, ambos em setembro, as estrelas foram aos microfones.

“Me faz falta alguém como Valdivia, que é fundamental”, chegou a dizer Sanchéz ao La Tercera. Além dele, Vidal, Bravo e Medel falaram bem do meia que divide seleção com eles há mais de uma década. Eles se juntavam a uma legião de jornalistas e torcedores que pediam o ex-palmeirense. Durante a Copa América, um grupo de torcedores chegou a fazer protesto em um treino da seleção a favor do meia.

“Se Jorge tivesse jogado, poderíamos ter vencido”, disse Daniela Aranguiz, mulher de Valdivia, ao site SoyChile, logo após a derrota diante do Paraguai. “É um jogador que faz diferença. Tê-lo no dia a dia é espetacular. Tem muitos recursos. O que mais me surpreendeu foi seu compromisso com a equipe”, disse Javier Aguirre, mexicano que dirige o Al-Wahda, engrossando o coro.

Pizzi, então, teve de ceder. A presença de Valdivia foi a grande notícia na convocação feita para os próximos jogos. “Eu lembro de, em algum momento, ter dito que consideramos muitas variáveis. E acreditamos que Jorge pode nos ajudar para estas partidas”, disse o treinador no dia em que divulgou a lista.

Agora é a vez de Valdivia. O ex-palmeirense não deve ser titular, mas sua presença no vestiário e um brilho como substituto podem, de acordo com os companheiros, ser fundamentais em uma eventual reação nas Eliminatórias. Se não for assim, quem corre riscos é o próprio técnico, mesmo o tendo chamado a contragosto. Herdeiro de Marcelo Bielsa e Jorge Sampaoli, Pizzi está ameaçado no cargo e novos tropeços podem tirá-lo do cargo, com ou sem o “Mago”.