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Como contrato com a Globo agita política e gera turbulência no Inter

Inter assinou com Globo para período 2021-2024 e segue com EI em 2019-2020 - Divulgação e Arte UOL
Inter assinou com Globo para período 2021-2024 e segue com EI em 2019-2020 Imagem: Divulgação e Arte UOL

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

06/10/2016 06h00

O cenário político do Internacional está agitado e não é só pela proximidade das eleições presidenciais. A assinatura de novo contrato com a Globo/Globosat, para o período 2021-2024, causou rebuliço entre conselheiros e coloca em xeque a trégua costurada para dar estabilidade ao time na luta contra o rebaixamento no Brasileiro.

A conclusão do negócio com a emissora carioca foi noticiada pelo blog do Ohata, no UOL Esporte. E confirmada, horas depois, pelo Internacional.

Para a oposição, a assinatura do documento fere o novo estatuto do clube – aprovado em assembleia geral e já registrado em cartório. Nele, é vedada a assinatura de contratos superiores a dois anos. E adiantamento de receitas futuras.

Vários movimentos da oposição já articulam pedido de reunião extraordinária no Conselho Deliberativo. A pauta a ser sugerida é “esclarecimento e análise do contrato pelos direitos de transmissão de todas as plataformas (TV aberta, TV fechada e PPV)”.

A oposição também questiona o valor a ser recebido agora pelo Inter. A atual diretoria afirma que a quantia será atribuída como luvas, sem ser adiantamento de receita.

“O acordo extremamente vantajoso no sentido de luvas. Importante frisar: não é adiantamento, de acordo com o conselho fiscal, então não ferimos o estatuto”, disse Vitorio Piffero no anúncio oficial do acordo com a Globo. “Não temos nenhum centavo de adiantamento e até dezembro não haverá adiantamento de nenhuma receita”, completou.

Em agosto, o Internacional anunciou um pacto político entre os conselheiros. Movimentos de oposição toparam o pedido da diretoria e acenaram com uma trégua até o final do Brasileirão. A ideia era dar tranquilidade para o clube se livrar do risco de queda para a segunda divisão.

Antes do novo contrato com a Globo ser assinado, outro fato botou o pacto quase no chão. Às vésperas do fechamento das chapas para eleição presidencial, um dos grupos que deu sustentação à candidatura – e posterior gestão – de Vitorio Piffero rachou.

O ‘Convergência Colorada’ está em vias de se alinhar com Marcelo Medeiros, atualmente de oposição. Integrantes da diretoria que pertencem ao ‘Convergência’ devem seguir nos cargos e ao lado de Pedro Affatato, candidato de situação. Mas João Patricio Hermann deve aparecer na chapa de Medeiros.

Além de Marcelo Medeiros e Pedro Affatato, a disputa presidencial do Inter também conta com José Amarante.