Jornais espanhóis pedem desculpas a Piqué por polêmica de camisa

Crítico em um primeiro momento, quando a polêmica da camiseta cortada por Piqué explodiu na Espanha, o diário “As” publicou um pedido de desculpas assinado pelo diretor do jornal ao zagueiro nesta segunda-feira (10).

“Espero que Piqué pense melhor, como fez Messi”, começou Alfredo Relaño no editorial, sobre o anúncio de aposentadoria do zagueiro. Mais amigável ao Real Madrid, o diretor “As” chamou o defensor de “exemplar” no trato com a seleção espanhola.

Mesmo assim, por alimentar a rivalidade entre Barça e Real com declarações polêmicas, Piqué sofre com vaias quando defende a Espanha em todos os cantos do país – na análise do “As”, pela dispersão da torcida do Real em diferentes cidades espanholas.

O episódio das mangas cortadas serviu como um estopim para a imprensa mais ligada ao clube da capital apontá-lo equivocadamente como vilão, embora o ocorrido do último domingo (9) não fosse uma ofensa nem ao clube, nem à seleção, como a própria Federação Espanhola explicou.

“Por isso lhe ofereço desculpas pela rapidez que durante vinte minutos, esse jornal fez eco, na versão digital, da agitação das redes sociais, essa confusão difícil de ordenar de onde saem poucas coisas boas”, concluiu Relaño.

O “Marca” também saiu em defesa de Piqué, resgatando declarações feitas por ele no passado, nas quais o jogador demonstrou seu interesse em vestir a camisa da Espanha.

Perguntado em 2010 pelo jornal catalão “La Vanguardia” se lhe incomodava jogar na Espanha, o zagueiro afirmou: “Não! Eu gosto muito. Jogar com a Espanha é um orgulho. Estar na seleção espanhola é o melhor que pode acontecer a um jogador.”

Foi resgatando frases como essa que o “Marca” tentou esclarecer aos seus leitores que Piqué sempre honrou a seleção do país, com a qual conquistou duas Eurocopas e a Copa do Mundo de 2010. Sua visão política, favorável à independência da Catalunha, em nada influenciou seu desempenho pela Espanha como atleta, fato questionado no último fim de semana.