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CBF investe R$ 15 milhões, mas só terá árbitro de vídeo no final de 2017

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

17/10/2016 06h00

Em mais uma reta final marcada por polêmicas de arbitragem e até o caso de suposta interferência externa, o Campeonato Brasileiro reacende a discussão sobre o uso de vídeos para auxiliar juízes nos jogos. Sonho antigo da CBF, o recurso, no entanto, ainda está longe de ser uma realidade no futebol do país.

Mesmo com um grupo de estudo criado como prioridade na confederação para debater o tema e um investimento de mais de R$ 15 milhões no programa para implementar os vídeos em campo, o auxílio aos árbitros em lances decisivos só deverá ser utilizado na metade final de 2017.

“Por nós, já estaríamos com o recurso em maio deste ano, mas a Fifa não autorizou. E sabemos que não é nada simples. Há um cronograma a se cumprir. Estamos nos esforçando e com uma boa equipe trabalhando muito”, explicou o coordenador da CBF para a arbitragem em vídeo, Sérgio Corrêa.

O valor que pode chegar a até R$ 20 milhões após correções e novas solicitações e explica: a CBF terá um sistema próprio, sem depender de emissoras de TV que estejam transmitindo o jogo

“Os valores realmente são bem altos. Estamos nos estruturando, mas os equipamentos formam um grande problema. São quase seis meses até que eles estejam aqui conosco. Ainda temos que testar tudo. A ideia é já ter isso em funcionamento em agosto do próximo ano, cumprindo todos os protocolos que a Fifa pede, e iniciando já nos campeonatos mais importantes”, completou o dirigente.

Mesmo com os equipamentos em mãos e a aprovação da Fifa, a metodologia necessitará de tempo até ser implantada, o que explica o prazo de quase um ano para que o desejo de clubes e confederação se torne realidade.

“Teremos que preparar ao menos 30 operadores de replay nossos, treinar, viajar por todo o país fazendo treinamento e explicando todo o processo. Não é simples e rápido. Não são equipamentos baratos, o investimento é realmente alto. E ainda temos seminários, conferências, workshops, viagens e relatórios periódicos que enviamos para eles”, detalhou Sérgio Corrêa.

Após o episódio no Fla-Flu da última quinta (13), a rodada de domingo (16) reservou mais polêmicas. No jogo do Palmeiras, dirigentes do Figueirense, e até do Flamengo, reclamaram do pênalti sofrido por Gabriel Jesus que abriu os caminhos para a vitória alviverde. Em Pernambuco, o Sport não gostou de ver uma penalidade ser marcada após o juiz dar escanteio numa disputa contra o Vitória.