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Jogador pedreiro e enjoo no mar: time da 4ª divisão faz história na Espanha

Jogadores do Formentera assistem ao sorteio da Copa do Rei - Reprodução/Twitter oficial
Jogadores do Formentera assistem ao sorteio da Copa do Rei Imagem: Reprodução/Twitter oficial

Do UOL, em São Paulo

21/10/2016 06h00

Jogo fora de casa é sinônimo de sempre pegar carro, ônibus e barco. O elenco inteiro tem só 17 atletas, sendo um pedreiro e um corretor de seguros. O técnico, além de comandar o time, edita os vídeos dos rivais que mostra a seus comandados. Esse é a rotina do SD Formentera, equipe da quarta divisão espanhola que está fazendo história na Copa do Rei.

O Formentera está na fase que antecede as oitavas de final e já é uma das principais zebras. Eliminou três rivais da terceira divisão e com maior poderio econômico. Detalhe: as três vitórias aconteceram nos pênaltis. Em uma delas, contra o Lorca, foram necessárias 26 cobranças.

“Foi tudo muito sofrido. Uma eliminatória foi mais difícil que a anterior. Somos humildes, mas trabalhamos igual a qualquer time da primeira divisão”, disse Tito García Sanjuán, técnico do Formentera, ao El Confidencial.

A dedicação pode ser igual, mas o cenário de trabalho é muito diferente. Em vários sentidos. Formentera é uma cidade localizada nas Ilhas Baleares, perto de Ibiza. É apontada como um paraíso no Mediterrâneo, acostumada a receber estrelas do mundo todo no verão. Messi e Cristiano Ronaldo, por exemplo, são visitantes assíduos.

Outra diferença está na rotina de trabalho. O treinador, por exemplo, é quem edita os vídeos analisando os rivais. “Hoje em dia, quem quer ser técnico precisa dominar todas as tecnologias”, pondera.

Como Formentera não tem aeroporto, todos os deslocamentos do time são feitos de carro, ônibus e barco. O problema é que, nessa época do ano, as águas estão mais agitadas. E aí os jogadores sofrem. “Vários jogadores vomitaram na última viagem de volta. O lugar é lindo, mas esse aspecto é bastante duro”, avalia Sanjuán.

Dos 17 jogadores que compõem o elenco, 11 chegaram ao time neste ano. A proposta para atraí-los: entre 500 e 1.000 euros de salário mensal, um lugar para morar e um emprego em meio período. A maioria trabalha com esporte, mas dois jogadores têm empregos bem distintos: um é pedreiro e o outro, corretor de seguros.

Na semana passada, todos eles se reuniram para um momento histórico: o do sorteio da próxima fase da Copa do Rei. Alimentavam a esperança de poder enfrentar Real Madrid ou Barcelona. O adversário, no entanto, foi outro tradicional time espanhol, o Sevilla. E todos já contam os dias para enfrentar o balanço do mar antes e depois de brigar por uma vaga inédita.

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