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Goleiro que parou Neymar e seleção do 7 a 1 sofre chuva de gols na Espanha

Ochoa brilhou na Copa e parou o Brasil em Fortaleza - Peter Dejong / AP
Ochoa brilhou na Copa e parou o Brasil em Fortaleza Imagem: Peter Dejong / AP

Do UOL, em São Paulo

03/11/2016 06h00

O dia 17 de junho de 2014 foi especial para Guillermo Ochoa. Foi naquela terça-feira, em Fortaleza, que o goleiro ganhou as manchetes mundiais ao parar o Brasil de Neymar na Copa do Mundo. Eleito o melhor em campo, ofuscou as estrelas brasileiras, frustrou a torcida local e se tornou herói mexicano. Dois anos depois, muita coisa mudou. E Ochoa não para de tomar gol.

O goleiro atualmente defende o Granada, lanterna do Campeonato Espanhol. Em dez rodadas, a equipe não venceu nenhuma partida: foram três empates e sete derrotas. E a pior estatística para Ochoa: são 24 gols sofridos em dez jogos. Esse número faz do mexicano o goleiro mais vazado da elite europeia, considerando as cinco maiores ligas.

“Mas é preciso olhar também quantas defesas eu fiz”, argumenta Ochoa, em entrevista ao El Mundo. Foram cerca de 40, segundo as estatísticas oficiais do campeonato. Uma delas, de autoria de Neymar, na derrota por 1 a 0 para o Barcelona no último fim de semana. O brasileiro parou nas mãos de Ochoa, assim como aconteceu em Fortaleza, há dois anos.

Na oportunidade, o mexicano voou no canto direito para defender uma cabeçada de Neymar, no que foi a interceptação mais difícil e plástica daquela partida. A imagem rodou o mundo e ajudou Ochoa a fechar com o Málaga, da primeira divisão espanhola. O clube, no entanto, decidiu emprestá-lo ao Granada. E a vida está difícil para ele dentro de campo.

“Goleiro é uma posição chave, mas complicada. No gol, você está totalmente isolado de seus companheiros e sempre exposto ao que a equipe faz ou deixa de fazer”, pondera.

Ochoa, no entanto, não reclama publicamente de onde está. Sua maior lamentação é mais antiga e remete a 2011, quando ele e mais quatro jogadores da seleção mexicana testaram positivo no antidoping para clembuterol. Ficou provado, no entanto, que a substância era usada para engordar vacas e acabou no corpo dos jogadores depois que eles comeram a carne contaminada.

Ochoa foi absolvido, mas o PSG, que estava interessado em seu futebol, desistiu do negócio. “Estávamos concentrados na disputa da Copa Oro e comíamos o que nos davam. Foi injusto. Era algo que estava fora do nosso controle e afetou minha carreira, meu futuro. Era meu salto para a Europa”, recorda o mexicano. Mas muita coisa aconteceu depois disso. E Ochoa tem cada vez mais trabalho.