Topo

STJD pune Corinthians com 5 jogos sem organizadas; Fla também sofre sanção

Briga de torcida entre Corinthians e Flamengo no Maracanã é julgada no STJD - Bernardo Gentile/UOL
Briga de torcida entre Corinthians e Flamengo no Maracanã é julgada no STJD Imagem: Bernardo Gentile/UOL

Bernardo Gentile

Do UOL, em São Paulo

04/11/2016 13h53

O STJD puniu o Corinthians nesta sexta-feira (4) com cinco jogos sem venda de ingressos às organizadas pela confusão protagonizada por torcedores no último jogo contra o Flamengo, no Maracanã. Além disso, os paulistas receberam uma multa de R$ 50 mil, mais o impedimento de ter torcedores nas próximas cinco partidas que for visitante.

O clube paulista recorrerá à decisão, segundo o advogado João Zanforlin. "É o setor mais barato do estádio e seria uma pena privar esses torcedores. Concordamos que deve haver uma punição, mas uma pedagógica seria a ideal. Em vez das organizadas, vamos abrir para mulheres e crianças apenas. Como seria lindo ver isso, não é?", sugeriu.

O clube Flamengo também recebeu uma sanção do tribunal: 20% da carga de ingressos por um jogo e o pagamento de R$ 10 mil. Representados pelo advogado Rodrigo Frangelli, os cariocas também ficaram insatisfeitos com o desenrolar do julgamento e irão recorrer. O Flamengo quer a redução da multa e absolvição em relação aos 20%.

Torcida do Corinthians entra em confronto com a Polícia no Maracanã - Armando Paiva/AGIF - Armando Paiva/AGIF
Imagem: Armando Paiva/AGIF

Gustavo Silveira, procurador responsável pela acusação do caso, afirmou que o clube carioca teve responsabilidade na confusão, já que seus torcedores incitaram a briga com os corintianos.

"O Flamengo também tem culpa no ocorrido, já que é o organizador da partida e não conseguiu organizar o evento de maneira adequada e segura. Além disso torcedores do Flamengo tentaram invadir o lado da torcida do Corinthians e o chamaram para briga", declarou, pedindo multa de R$ 30 mil e de mando de campo.

As ações da torcida corintiana foram avaliadas com maior rigor. "Evidentemente que em proporção e gravidade inferior ao Corinthians, que tenho até pouco a falar de acordo com a gravidade das imagens que todos viram. Os clubes são responsáveis pelos torcedores", completou Gustavo, que pediu perda de cinco mandos de campo e uma multa de R$ 50 mil.

O Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios) também teve atuação falha no caso, na visão do procurador. "O Gepe demorou para tentar controlar. Colocou poucos policiais para área. O reforço chegou depois e o sargento foi quase linchado", afirmou.

Corinthians, na defesa, pediu veto aos torcedores até fim do campeonato, mas não perda de mando de campo. Já o Flamengo disse que houve repressão inédita e eficaz, já que todos os torcedores que brigaram foram identificados e mantidos presos até agora. O clube carioca ainda pediu exclusão de responsabilidade e absolvição por desordem. Disse ainda que torcedores do Flamengo próximos à grade tentaram ajudar o PM que estava sendo agredido por corintianos.

Ambos os clubes conseguiram o alívio de suas penas após a apresentação das defesas ao STJD.

Copo arremessado

O Flamengo registrou boletim de ocorrência de dois torcedores que teriam atirado copos. A procuradoria diz que não é sobre o fato visto nas imagens da televisão, exibidas durante o julgamento, já que o depoimento no BO diz que os copos arremessados não atingiram ninguém. Por conta disso, o clube carioca terá que pagar mais R$ 10 mil de multa.

Todos os incidentes ocorreram na 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, durante a partida entre cariocas e paulistas. Uma confusão teve início na divisória entre as torcidas mandante e visitante. Corintianos tentaram atravessar e derrubar a grade que os separava dos flamenguistas, até um pequeno grupo de policiais intervir.

Eles minimizaram o dano e foram até agredidos por torcedores enquanto o reforço pedido para conter a movimentação não chegava. Uma vez lá, a confusão contornada. No entanto, após o apito final, a Polícia Militar manteve todos os torcedores visitantes dentro do Maracanã e mandou que todos ficassem sem camisa para identificação e detenção dos agressores, um processo que levou mais de duas horas.