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Tabu com Dunga, 7 a 1 vira assunto natural e tema de conversas de Tite

Vitória da Alemanha sobre o Brasil na Copa de 2014 é encara com naturalidade  - AFP PHOTO / PATRIK STOLLARZ
Vitória da Alemanha sobre o Brasil na Copa de 2014 é encara com naturalidade Imagem: AFP PHOTO / PATRIK STOLLARZ

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em Belo Horizonte

09/11/2016 06h00

Passada a Copa do Mundo de 2014, a seleção brasileira não conseguia entrar em campo sem ser questionada por o fantasma da derrota por 7 a 1 para a Alemanha que determinou a eliminação em casa naquele Mundial. O assunto incomodava. Por diversas vezes, inclusive, era vetado pelo então técnico Dunga, que não escondia encarar o caso como um tabu. Pouco mais de dois anos depois do fracasso histórico, a equipe volta ao palco da tragédia, o Mineirão. E, curiosamente, com uma postura diferente, sem traumas.

Falar sobre a derrota na Copa não assusta. “Não tem trauma. Encaramos de peito aberto”, disse o meia Paulinho, tão logo chegou a Belo Horizonte para o jogo contra a Argentina na próxima quinta-feira (10).

A expressão, apesar de curta, era emblemática. A CBF não se preocupava com os questionamentos, os jogadores não se incomodavam ao responder.

Foi assim com outros atletas. “Falamos naturalmente. Claro que é uma cicatriz que fica, vamos tentar mudar. Queremos até tirar essa carga pelo que passou. Senti como torcedor, como jogador, como brasileiro. Mas seguimos trabalhando”, comentou o meia Renato Augusto.

“Não vamos nos esquivar nunca das fatalidades que ocorreram. É algo natural e encaramos. Queremos pensar no trabalho de agora”, completou o atacante Douglas Costa.

Nem mesmo Tite foge do tema. E ainda o utiliza em conversas com os jogadores. “O treinador é experiente e sabe como abordar isso com os atletas”, comentou o coordenador de seleções, Edu Gaspar.

Enquanto Dunga repetia que tinha que pagar uma conta que não era dele e evitava o assunto nos bastidores de sua equipe, Tite não esconde que a ferida está em todos, até mesmo em quem não participou do jogo.

“Eu perdi junto, a classe perdeu também. Essa é a minha opinião. Não fugimos disso. Todos nós temos a possibilidade de evoluir, de enxergar, de observar, de analisar, de ouvir, de refletir e de crescer com isso”, avaliou o treinador.

Treino leve

A primeira aparição da seleção no Mineirão neste semana ocorreu na terça. E o clima esteve longe de ser triste ou de lembranças pela goleada de 2014.

Ajudados pela boa fase da equipe nas Eliminatórias, os jogadores treinaram durante pouco mais de duas horas e distribuíram sorrisos e brincadeiras na fase final da atividade. O desafio agora é vencer a Argentina na quinta e fazer da alegria uma lembrança rotineira em Belo Horizonte.