Cambista 2.0 tem maquininha de cartão e pede R$ 400 por Brasil x Argentina
O alto preço dos ingressos mudou até a maneira de trabalhar dos cambistas que agem nos arredores do Mineirão. Circulando livremente, sem qualquer constrangimento ou repressão de policiais, os revendedores utilizavam até mesmo máquinas de cartões de débito e crédito para facilitar a negociação com os interessados em acompanhar o duelo entre Brasil e Argentina, na noite desta quinta-feira (10), pela sequência das Eliminatórias da Copa do Mundo 2018.
Abordado pela reportagem do UOL Esporte em uma das entradas do estádio, um cambista cobrava R$ 400 em um ingresso que custou originalmente R$ 250 – o mais barato para a partida.
“Ninguém anda com tanto dinheiro no bolso. Apostei na maquininha porque é algo mais prático”, explicou Flávio, que optou por não revelar seu sobrenome.
Agora cambista, ele trabalhava como consultor imobiliário. “Mas a empresa quebrou na crise e passei a apostar nisso. Como tinha a maquininha do cartão, agora uso. E muita gente gosta. Inclusive passo o cartão para outros cambistas”, explicou Flávio, que fica com 20% do valor das vendas dos colegas.
Enquanto conversava com a reportagem, Flávio passou um cartão de crédito fechando uma compra de R$ 1.200 – três ingressos. “Se não tivesse a máquina, não venderia”.
Apesar da boa venda, o trabalho dos cambistas não era dos mais fáceis. Mesmo com toda “estrutura” para atrair compradores, muitos dos torcedores sem ingressos ainda preferiam a maneira convencional e correta – visto que, a duas horas do jogo, restavam ainda 3.500 entradas.
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