Topo

Filho de copiloto diz que avião levava quantidade justa de combustível

Do UOL, em São Paulo

30/11/2016 14h07

Bruno Fernando Goytia Gómez, filho do copiloto Ovar Goytia que estava no avião da Chapecoense, informou ao jornal boliviano El Deber que a aeronave da companhia Lamia deixou a cidade de Santa Cruz de la Sierra com a quantidade justa de combustível para fazer o pouso em Medellín.

"Tomaram a decisão de encher o tanque por completo e seria possível fazer o pouso, tanto que caíram a apenas 17 milhas do aeroporto, que são três ou cinco minutos. Mas o tráfego de espera acabou consumindo todo o combustível que restava. Mas temos de esperar a investigação das caixas pretas para saber o que de fato ocorreu no acidente", afirmou.

O avião da Lamía foi colocado em espera pois um outro, da VivaColombia, declarou situação de emergência e ganhou prioridade. Com isso, a aeronave que transportava a Chapecoense ficou dando volta em círculos até que desaparecesse do radar.

"Havia dois aviões em situação de emergência e a torre não soube controlar", disse.

Segundo Bruno, optou-se por encher o tanque por completo - uma prática incomum - pois não seria possível fazer uma parada para reabastecimento em Cobija (norte da Bolívia) devido às faltas de condições do aeroporto da cidade para operar voos noturnos. A autonomia padrão do modelo Avro RJ-85 é de cerca de 3.000 quilômetros e a distância entre Santa Cruz e Medellín é de 2.975km.

"Pelo que tinha entendido, haveria uma escala em Cobija. Mas o voo da Chapecoense saído do Brasil teve um atraso e chegou na hora além do previsto em Santa Cruz. Como não há operações noturnas em Cobija, pois não há luz na pista, tomou-se esta decisão de encher o tanque por completo", contou.

De fato, houve atraso no voo que levou o time brasileiro para Bolívia. O voo da BOA (Boliviana de Aviación) deveria ter saído do Aeroporto de Guarulhos às 15h15 de segunda-feira e aterrissar em Santa Cruz às 16h05. Porém, decolou às 16h22 e chegou às 17h12.

Bruno deveria fazer parte da tripulação que levou a Chapecoense à Colômbia, mas de última hora foi substituída por Sisy Arias Paravicini, filha do magnata Jorge Arias, que aspirava cumprir as mil horas de voo necessárias para aplicar a uma grande companhia.

Brunop havia estado no voo da Lamia que transportou o time brasileiro para a cidade de Barranquilla (COL) para o duelo das quartas de final da Copa Sul-Americana contra o Junior.