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Feridos estão em situação estável e devem ser reunidos em um único hospital

Gustavo Franceschini

Do UOL, em Medellín (Colômbia)

01/12/2016 06h00

Sobreviventes do acidente com o avião da Chapecoense que matou 71 pessoas, os quatro brasileiros feridos apresentaram sinais de melhora ao longo da última quarta. Eles seguem sob cuidados médicos em Medellín, na Colômbia. A informação é de Jorge Pagura, chefe-médico da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) que passou todo o dia visitando os pacientes.

“Eles estão clinicamente estáveis. Todos ainda têm problemas e precisam ficar sob observação, mas quase não precisam manter a pressão arterial com remédios, o que é um avanço. Agora, é claro que a situação segue delicada. Quando você tem um acidente dessa magnitude, com esse impacto, você tem sempre de avaliar dia após dia, porque sempre há risco”, diz Pagura.

O médico é um dos primeiros dirigentes da CBF a chegar a Medellín e, por isso, tem ajudado na condução de diversos processos. Nas visitas que fez aos pacientes, teve acesso aos exames e falou com os médicos sobre a situação de cada um dos brasileiros sobreviventes da tragédia envolvendo a delegação da Chapecoense e 22 jornalistas.

“O Follman está acordado, ainda que sob sedação. Tem uma fratura na vértebra cervical que vai merecer um procedimento cirúrgico mais adiante. Ele teve a amputação de parte da perna direita e tem uma lesão importante no pé esquerdo, mas por enquanto estão esperando a evolução”, disse ele, para seguir a avaliação caso a caso. 

“No caso do Neto, eu pude ver as tomografias. Ele ficou muito tempo em hipotermia, teve a pele arrancada em alguns pontos e tem um traumatismo craniano. Há sempre um risco de choque, por isso é um caso que inspira cuidados”. “O Rafael tem uma lesão na região torácica e algumas fraturas de costela, mas está neurologicamente bem”.  “O Alan foi o único que eu ainda não pude ver, mas fui informado de que ele foi operado e está com um quadro estável”.

Até a noite da última quarta, nenhum familiar dos jogadores Alan Ruschel, Neto, Follmann e do jornalista Rafael Henze haviam chegado à cidade – a expectativa é de que isso ocorra a partir da manhã desta quinta. Antes mesmo que isso aconteça, no entanto, ficou decidido que, por questões logísticas, todos devem ser levados para o hospital San Vicente, onde hoje está o goleiro Follmann.

“Não temos absolutamente nada a reclamar dos outros dois hospitais que os atenderam. Na verdade, só temos elogios a esses primeiros cuidados. Mas é importante podermos concentrar todos em um só lugar, até para facilitar o contato e a troca de informações”, disse Pagura.