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Autoridade colombiana diz que avião ignorou escala para abastecimento

29.nov.2016 - Equipes de resgate trabalham em meio aos destroços do avião que levava a delegação da Chapecoense - Luis Benavides/AP
29.nov.2016 - Equipes de resgate trabalham em meio aos destroços do avião que levava a delegação da Chapecoense Imagem: Luis Benavides/AP

Felipe Pereira

Do UOL, em Medellín (Colômbia)

03/12/2016 19h16

A rota do avião da Lamia que caiu em Medellín matando 71 pessoas previa uma parada de abastecimento que não aconteceu e foi decisiva para a pane seca, afirmou o secretário de Segurança Aérea da Colômbia, coronel Freddy Bonilla Herrera. O trajeto era Santa Cruz de la Sierra, Cobija (Bolívia) e Medellín, mas a escala não ocorreu.

A Segurança Aérea da Colômbia é o equivalente à Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) do Brasil

O militar disse que a autorização para entrada no espaço aéreo colombiano foi dada porque se esperava que as autoridades aéreas da Bolívia fizessem cumprir este itinerário. A investigação questionou os bolivianos sobre por que não foi realizada a parada prevista e aguarda as explicações até quinta-feira (8). Herrera quer saber se as autoridades bolivianas também poderão ser responsabilizadas pela tragédia.

“Quando o avião entrou no espaço aéreo colombiano só recebemos a informação do ponto de partida. Não sabíamos que não havia parado”, disse o secretário de Segurança Aérea da Colômbia. A reportagem não conseguiu entrar em contato com as autoridades bolivianas.

O coronel ressaltou que a tripulação também não mencionou que não houve parada para reabastecimento em Cobija. A cidade fica no Norte da Bolívia e no caminho entre Santa Cruz de la Sierra e Medellín. Bonilla ainda falou que houve pane seca.

O avião comporta combustível para 4h22 de voo, muito próximo ao tempo previsto para viagem. A norma internacional de segurança da aviação obriga a haver quantidade extra para pelo menos mais uma hora de voo.

A investigação ainda vai apurar se o avião tinha instalado tanques extras que aumentariam a autonomia em até 10%. As autoridades do setor aéreo boliviano estão sem dar entrevistas desde a semana passada.

Outra frente dos trabalhos para apurar as causas é o que foi gravado pelas caixas pretas. Os equipamentos estão a caminho da Inglaterra, onde a aeronave foi fabricada. Os investigadores esperam ter acesso a dados técnicos do avião e os registros de comunicação com a torre de comando.