Atentado perto de estádio na Turquia deixa 38 mortos e 155 feridos
Um atentado terrorista nas imediações da Vodafone Arena, estádio do Besiktas, em Istambul (TUR), deixou ao menos 38 pessoas mortas e outras 155 feridas. A informação foi dada por Suleyman Soylu, ministro do Interior da Turquia, em entrevista coletiva nas primeiras horas deste domingo.
Dos mortos, 27 são policiais e seis dos feridos encontram-se sob cuidados intensivos.
O incidente aconteceu na noite deste sábado cerca de duas horas após vitória do Besiktas por 2 a 1 sobre o Bursaspor pelo Campeonato Turco. A maior parte do público havia deixado o local. Jornalistas da TV do Besiktas que faziam uma transmissão ao vivo se assustaram com o barulho, como pode ser visto no vídeo acima.
O primeiro ataque teria sido causado pela explosão de um carro-bomba nas imediações do estádio, às margens do Bósforo, e o segundo, por um suicida em um parque próximo
Segundo testemunhas que estavam próximas ao estádio e falaram com a agência de notícias AFP uma troca de tiros também pôde ser ouvida.
"Assistimos, esta noite, em Istambul, à manifestação mais horrorosa do terrorismo", disse o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, por meio de comunicado oficial.
"Parece que essas explosões, que aconteceram logo após o jogo Besiktas-Bursaspor, tinham como objetivo causar o maior número possível de vítimas", completou.
O grupo extremista curdo TAK assumiu a autoria do ataque.
Em entrevista ao jornal The Telegraph o funcionário de uma mesquita próxima à arena relatou o que viu na hora da explosão. "Foi como o inferno. As chamas subiram em direção ao céu. Eu estava bebendo café próximo à mesquita e vi pessoas indo para debaixo das mesas e mulheres começaram a chorar. Torcedores que estavam bebendo no café também procuraram abrigo. Foi horrível.
A Turquia tem sido alvo de vários ataques terroristas ao longo dos últimos anos e em julho houve a tentativa de um golpe militar.
O Besiktas emitiu uma nota oficial em seu site condenando os ataques.
"Após nossa partida contra o Bursaspor o terror mostrou de novo sua face e uma explosão ocorreu bem perto da nossa casa, a Vodafone Arena e de acordo com as primeiras informações nossas forças segurança foram o alvo. Os terroristas que não conhecem limites atacaram aqueles que fazem a segurança de nossos torcedores e dos adversários", diz trecho do comunicado.
"Esperamos que os cidadãos feridos no ataque se recuperem rapidamente e que não haja sofrimento. Nós condenamos o terror e o ódio".
Em seu site, o Bursaspor afirmou que todos seus torcedores já haviam deixado a região e não foram vítimas da explosão. O clube também recriminou o ocorrido e mandou mensagem de força aos feridos.
A União Europeia de Futebol (Uefa) enviou suas condolências às famílias das vítimas do atentado. "A Uefa quer expressar suas mais profundas condolências às famílias de todas as vítimas dos atentados desta noite em Istambul. A Uefa condena firmemente este horrível ato e envia seu apoio à Federação de Futebol da Turquia e aos clubes Besiktas e Bursaspor", disse a organização europeia em seu comunicado.
Adriano não estava no estádio no momento da explosão
Segundo relato do lateral Adriano, que defende o Besiktas, os atletas só tomaram conhecimento das explosões quando já estavam em suas casas.
"Fiquei sabendo depois já de um tempo que tinha saído do estádio. Realmente a explosão foi onde geralmente saímos ali, e fiquei sabendo, como falei, quando já estava em casa jantando com a família. Estava junto com um amigo turco, que nos relatou o caso. Ficamos sabendo que tinham sido duas explosões, mas naquele momento só ficamos sabendo da explosão mesmo, nada sobre vítimas, nem se tinha alguma vítima. Sabíamos que tinha gente ferida. Com nós jogadores nada aconteceu, está todo mundo bem com as famílias", disse o jogador por telefone ao Sportv.
Além de Adriano, outros três brasileiros defendem o clube turco: Anderson Talisca e Rhodolfo, que não estavam relacionados neste sábado, e o zagueiro Marcelo.
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