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1º pênalti com árbitro de vídeo tem marcação polêmica contra o At. Nacional

Do UOL, em São Paulo

14/12/2016 09h06

O que era para ser uma decisão histórica tornou-se uma enorme polêmica no Mundial de clubes. Na vitória do Kashima Antlers sobre o Atlético Nacional por 3 a 0, nesta quarta-feira (14), pela semifinal da competição, a arbitragem assinalou pênalti dos colombianos após intervenção do recurso eletrônico. O lance, porém, não considerou um impedimento do ataque japonês dentro da área.

O lance em questão ocorreu aos 31min do primeiro tempo, quando Daigo foi derrubado na área por Berrío. O árbitro Viktor Kassai deixou o lance seguir, mas foi avisado da infração pelo ponto eletrônico e, após rever a imagem do lance, assinalou o pênalti, gerando irritação dos jogadores do Atlético Nacional. O replay do lance confirmou a rasteira do colombiano no japonês. Toda a paralisação durou quase 2 minutos. Na cobrança, Shoma marcou para o Kashima.

"É uma primeira vez! Na semifinal do Mundial, o árbitro assistente de vídeo ajudou o árbitro em uma decisão que alterou o jogo. Pela primeira vez em uma competição da Fifa, a tecnologia de replay em vídeo ajudou o árbirtro a assinalar um pênalti", comemorou no Twitter a International Football Association Board (Ifab), órgão responsável por definir as regras do futebol.

Em seguida, porém, as imagens da transmissão da televisão mostraram que Daigo estava impedido no momento do cruzamento, mas que o lance não foi assinalado. Este tipo de marcação permanece sob responsabilidade exclusiva do árbitro e seus auxiliares em campo.
 
Já o árbitro de vídeo pode intervir em apenas quatro situações, segundo a Fifa. São elas: determinar se a bola entrou ou não em um gol duvidoso; garantir que pênaltis incorretos sejam ou não assinalados; garantir que nenhuma decisão equivocada resulte em um cartão vermelho ou na não aplicação da expulsão; e a identificação correta de jogadores punidos com cartões vermelhos.

Comentaristas têm opinões opostas sobre decisão

A decisão de Viktor Kassai repercutiu entre os comentaristas de arbitragem da TV brasileira e gerou opiniões favoráveis e contrárias. Arnaldo Cezar Coelho, da TV Globo, argumentou de modo inflamado contra a falta assinalada, responsabilizando a Fifa e chamando-a de irresponsável por introduzir o árbitro assistente de vídeo no Mundial.

“Queria chamar a atenção para o lance que resultou nesse acontecimento. Posição de impedimento não é impedimento, não seria irregularidade, mas no momento que a bola é levantada, o jogador em impedimento na direita, ele sai para voltar na posição normal, e nesse momento ele passa a interferir a jogada", afirmou. "O lateral direito lá na ponta (Daigo), ele ao voltar ele interfere dando um tranco no zagueiro da Colômbia (atacante Berrío)”

Carlos Eugênio Simon, da Fox Sports, enxergou a jogada de outra maneira, desconsiderando o tranco de Daigo. "O que acontece, quando é alcançado, o jogador que sofre o pênalti está adiantado. Mas a bola não vai para ele. Vai para o jogador que está na mesma linha do que o Berrío. Então, não caracteriza o impedimento. Houve a infração de pênalti, o Nishi está em impedimento e esse impedimento só se efetiva se ele joga a bola”, concluiu.