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Torcida única diminuiu violência em 75% e segue em 2017, diz governo

Torcida do Santos briga com a polícia nas arquibancadas do Pacaembu na final do Paulistão contra o Corinthians em 2013 - Leandro Moraes/UOL Esporte
Torcida do Santos briga com a polícia nas arquibancadas do Pacaembu na final do Paulistão contra o Corinthians em 2013 Imagem: Leandro Moraes/UOL Esporte

Do UOL, em São Paulo

14/12/2016 15h59

As torcidas únicas nos jogos de futebol realizados em estádios do Estado de São Paulo diminuíram os casos de violência entre organizadas em 75%. Desta forma, serão mantidas em 2017. Com isso, apenas a torcida do time mandante podem ir ao jogo. 

A medida e o número foram anunciados pelo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (14). A medida vale jogos entre os quatro grande clubes de São Paulo: Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Santos.

De acordo com Barbosa Filho, a decisão manter as torcidas únicas nos clássicos foi tomada em reunião com a FPF (Federação Paulista de Futebol), MP-SP (Ministério Público de São Paulo), Justiça paulista, Polícia Militar e representantes dos próprios clubes.

Segundo o secretário, a decisão em manter a restrição foi unânime. O modelo não teria prejudicado o público nas partidas. De acordo com números divulgados pela SSP-SP, o público dos clássicos em 2015 foi de 290.000 pessoas. Em 2016, foi de 361.000 pessoas. 

Além da redução dos casos de confronto entre torcidas em 75%, a secretaria de segurança diz que a Tropa de Choque foi 38% menos mobilizada e que o uso de homens de plantão nos jogos em 24%.

"Os torcedores se sentiram mais à vontade para levar a família, Está o maior o clima de segurança", afirmou o secretário de segurança aos jornalistas. 

Banho de água fria nas torcidas organizadas

Barbosa Filho afirmou que o grupo que decidiu pela manutenção das torcidas únicas agora é permanente e fará reuniões periódicas, para avaliar se suspende ou flexibiliza as medidas ou não. As torcidas seguem proibidas de entrar com bandeiras, faixas e instrumentos musicais.

O anúncio foi um banho de água fria na expectativa das torcidas organizadas, que na semana passada anunciaram um tratado de paz definitivo e prometeram não brigar mais, em troca da liberação total e a não extinção das agremiações pelo poder público.

De acordo com a proposta das torcidas feita à polícia e outros entes públicos,  eles substituiriam as brigas por uma "guerra de torcida", na qual objetivo seria fazer mais barulho, compor as melhores músicas e cantar mais alto, apresentar a bandeira mais bonita e por aí vai, tudo dentro do espírito esportivo. 

A ideia de estrear o modelo como experiência já no Campeonato Paulista do ano que vem foi por água abaixo com o anúncio desta terça-feira, pelo menos por enquanto.