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Zebra, Kashima teve história escrita por Zico e outros pés brasileiros

Kashima Antlers comemora vitória sobre o Nacional; clube é o primeiro asiático na final - Kim Kyung-Hoon/Reuters
Kashima Antlers comemora vitória sobre o Nacional; clube é o primeiro asiático na final Imagem: Kim Kyung-Hoon/Reuters

Do UOL, em São Paulo

14/12/2016 13h33

Primeiro asiático a chegar na final do Mundial de Clubes, surpresa diante do favorito e badalado Atlético Nacional, provável rival do poderoso Real Madrid. O Kashima Antlers, zebra desta quarta, é tudo isso e muito mais para os brasileiros. Lançado por Zico nos anos 1990, a equipe que carrega um alce como símbolo é uma das mais tradicionais do Japão, história construída com muitos pés verde-amarelos ao longo de pouco mais de duas décadas.

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A vaga na final do Mundial de Clubes conquistada com o 3 a 0 sobre o Atlético Nacional é o maior feito internacional de um dos pioneiros do futebol no país asiático. Quando a liga profissional japonesa, a J-League, foi lançada em 1993, o Kashima tinha em seu elenco ninguém menos que Zico. No fim de sua carreira, o craque abraçou o projeto de difundir o futebol na Ásia, cruzou o planeta e virou uma espécie de santo.

Zico tem uma estátua na frente do estádio e é figura onipresente no museu do clube. O sucesso do ídolo flamenguista faz de Kashima uma espécie de capital informal do futebol no Japão. O clube tem, no total, oito títulos nacionais, contra apenas três do Yokohama Marinos, segundo mais bem sucedido no país.

Embora seja o maior expoente, Zico está longe de ser o único. Leonardo, Mazinho e Jorginho, todos campeões do mundo em 1994, fizeram parte da equipe que foi bicampeã japonesa na segunda metade dos anos 1990. Eram tempos de superaquecimento na liga local, com craques de todo o planeta se aventurando no Japão, em um processo similar ao que ocorre hoje com a China.

Quando o dinheiro parou de correr tão livre, a partir de 2000, o nível foi junto com a grana. Nem por isso, no entanto, os brasileiros pararam de passar por lá. Revelado pelo Coritiba, o atacante Marquinhos chegou a ser eleito o melhor jogador do Campeonato Japonês em 2008, no meio de um tricampeonato histórico para o Kashima.

É dele, até hoje, o recorde de gols do clube, em uma época em que até a prancheta era verde-amarela. Foi Oswaldo de Oliveira, hoje técnico do Corinthians, quem levou o Kashima ao primeiro tricampeonato da história do futebol japonês, tendo sido eleito técnico do ano nas três temporadas. Além dele, Edu, Zé Mário, Toninho Cerezo, Paulo Autuori, Jorginho e o próprio Zico passaram pelo banco de reservas do Kashima que agora faz história.

A presença no Mundial de Clubes se deve ao fato de o Japão sediar a competição. Campeão nacional em 2016, o Kashima foi à reunião promovida pela Fifa e roubou a cena. Venceu o neozelandês Auckland City (campeão da Oceania) por 2 a 1 no jogo de estreia, bateu o sul-africano Mamelodi Sundows (campeão africano) nas quartas por 2 a 0 e superou o favorito Atlético Nacional nesta quarta para fazer história.

O 3 a 0, com direito ao primeiro gol com o auxílio do recurso de vídeo, derrubou o campeão da Libertadores que prometia fazer frente ao Real Madrid. Recheado de bons jogadores, dono de um estilo de jogo agradável e amparado por conquistas e boas campanhas em 2016, o Atlético Nacional não resistiu à pressão dos japoneses e caiu logo em sua estreia. Sorte do time de Zico.

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