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Destaque da zaga alviverde, Yerry Mina é também o rei do 'salsa choke'

Zagueiro colombiano ganhou companheiros com direito a aulas de dança no vestiário - Reprodução
Zagueiro colombiano ganhou companheiros com direito a aulas de dança no vestiário Imagem: Reprodução

Marina Galeano

Colaboração para o UOL

17/12/2016 06h00

Ex-jogador do Palmeiras, o colombiano Pablo Armero ganhou um substituto à altura no clube alviverde. Não exatamente pelo futebol - até porque as posições em campo são diferentes –, e sim pelo gingado, pelo swing, pela malemolência. Seis anos depois, Yerry Mina, conterrâneo de Armero, vem matar a saudade dos órfãos do “Armeration”, a dancinha que se tornou marca registrada do lateral esquerdo.

Sem qualquer vestígio de timidez, Mina soltou o corpo em cima do trio elétrico durante a comemoração do título brasileiro, em 27 de novembro. Ao som de salsa choke (estilo musical típico da Colômbia), ele roubou a cena com uma coreografia inusitada e cheia de rebolado. Para o zagueiro de 22 anos, porém, a dança faz parte do seu dia a dia – seja no gramado, no vestiário ou dentro de casa.

“Ponho música e danço quando estou tomando banho, quando vou deitar, quando acordo, quando vou para o banheiro”, revelou o defensor ao UOL Esporte, com um largo sorriso no rosto. “De onde eu venho, todo mundo sabe dançar. Digamos que sou um dos melhores de lá”, acrescentou, nada modesto.

Natural de Guachené, pequeno município de cerca de 20 mil habitantes na Colômbia, Mina está sempre em busca de atualização, de um passo novo. Para não ficar pra trás, ele usa o irmão como professor. “Cada vez que o encontro, digo: ‘Ei, irmão, ensina um passinho para mim’. Aí, ele começa e depois vamos seguindo o ritmo”, contou o atleta.

Os torcedores foram apresentados aos dotes artísticos do jovem colombiano no dia 12 de julho, quando ele marcou o primeiro gol pelo Palmeiras, diante do Santos. Após balançar as redes, correu para perto da trave e ensaiou uma coreografia, ainda meio contido. Aos poucos, a inibição perdeu a vez, e todo mundo pôde conhecer a principal característica do camisa 26.

Mina no Santa Fe - REUTERS/John Vizcaino - REUTERS/John Vizcaino
Ex-jogador do Independiente Santa Fe, Mina trouxe da Colômbia hábito de dançar na comemoração de gols
Imagem: REUTERS/John Vizcaino
A alegria ajudou o ex-zagueiro do Independiente Santa Fe a se adaptar rapidamente no Brasil, em sua primeira aventura numa equipe estrangeira. Não demorou, e os demais jogadores se renderam ao jeito irreverente do novato. Gabriel Jesus até pediu umas aulas de salsa choke no vestiário. A cada gol que Mina anotava, lá estavam os companheiros tentando imitá-lo na dancinha.

“Cheguei devagarzinho, buscando fazer coisas boas, trazer alegria. Acredito que isso foi o mais importante: a alegria que eu transmito ao time. Foi o que ajudou a me adaptar por aqui”, opinou.

Nos últimos dias, entretanto, o riso fácil passou a dividir espaço com a mesma expressão de tristeza que tomou conta do futebol desde o acidente da Chapecoense. Ao falar sobre as demonstrações surpreendentes de apoio e solidariedade vindas de sua terra natal, Mina deixou a voz falhar e o olhar se perder no nada.

“Foi muito duro, algo inacreditável. Os colombianos admiram demais os brasileiros, são como irmãos. O mínimo que podíamos fazer era homenagear, mandar forças para o Brasil. Porque sentimos a morte desses meninos como se fossem meninos da Colômbia, como se fossem da nossa gente.”

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