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Oposição estuda impugnar eleição de Galliote e excluir Mustafá do Palmeiras

Maurício Galliotte foi eleito como sucessor de Paulo Nobre no Palmeiras - Fabio Menotti/Ag.Palmeiras/Divulgação
Maurício Galliotte foi eleito como sucessor de Paulo Nobre no Palmeiras Imagem: Fabio Menotti/Ag.Palmeiras/Divulgação

Danilo Lavieri e José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo

21/12/2016 07h46Atualizada em 19/06/2020 03h05

Depois de anos de calmaria, a política do Palmeiras passa por um momento conturbado. Desde a resolução de Paulo Nobre contra a candidatura ao Conselho de Leila Pereira, proprietária da Crefisa, a oposição se move para cobrar os envolvidos. Grupos de conselheiros opositores cobram punição severa no 'caso Crefisa' e estudam como agir nas próximas semanas.

A cobrança de um castigo passa pela exclusão de Mustafá Contursi, ex-presidente responsável direto pela polêmica entre Leila Pereira, Paulo Nobre e até Maurício Galiotte, recentemente eleito para o cargo mais alto do executivo do clube campeão brasileiro.

É importante ressaltar que mesmo entre os opositores ainda não há consenso entre as ações que serão tomadas. Líderes do maior grupo de oposição, a UVB, são contra qualquer ação contra Maurício antes de qualquer parecer jurídico confirmando as fraudes e pedem rigor na investigação nas ações de Nobre e Mustafá.

Há oposicionistas que não concordam com tal visão e se organizam para questionar a legitimidade da última eleição, mesmo antes de provada a falsificação.

Outros grupos menores de oposição também conversam sobre qual o foco que precisa ser atacado. Conselheiros acusam Mustafá Contursi de falsidade ideológica por indicar a associação de Leila Pereira ao clube em 1996, quando, na visão deste grupo, a proprietária da Crefisa entrou para o quadro associativo apenas no ano passado. Nenhum dos consultados pelo UOL Esporte, que defendem a exclusão do ex-presidente, se dispôs a apresentar uma comprovação da manobra.

Caso comprovada a ação ilegal - alteração da data de entrada de Leila Pereira no quadro de sócios -, as consequências atingiriam diversos grupos políticos do Palmeiras; inclusive a situação, presidida por Galiotte, se encontra na mira dos conselheiros.

Sob a acusação de se inserir nas alamedas palestrinas apenas em 2015, Leila Pereira, por exemplo, não poderia votar na eleição ocorrida em novembro e vencida por Maurício Galiotte - um associado precisa se estabelecer três anos no quadro para ter direto a voto.

Os oposicionistas trabalham para impugnar a eleição de Maurício Galiotte por intermédio do voto de Leila; o braço direito de Paulo Nobre, candidato único, venceu o pleito pela enorme margem de 1.639 votos de 1.733 possíveis. Segundo eles, Leila funcionou como cabo eleitoral de Galiotte.

Uma sindicância para apurar o 'caso Crefisa' não é descartada por parte de um grupo de conselheiros. Mesmo na oposição, no entanto, há um grande receio de não tratar mal a presidente da instituição financeira, uma vez que ela tem injetado milhões como a principal patrocinadora do clube.

Até Paulo Nobre, ex-presidente e responsável por vetar a candidatura de Leila ao Conselho Deliberativo, se encontra na mira. Oposicionistas enquadram o pedido de uma penalização pela demora na ação sobre a candidatura de Leila Pereira.

O último mandatário, na visão de membros ouvidos pela reportagem, sabia do problema na época de eleição de Maurício e revelou o problema apenas com o pleito definido, em uma manobra eleitoral.

Procurado pela reportagem, Maurício Galiotte declarou que o Palmeiras 'tratará do tema internamente e não se manifestará sobre o assunto', em comunicado enviado pela assessoria de imprensa do clube.

Por volta das 15h, a UVB divulgou nota oficial sobre a polêmica:

Posicionamento sobre a matéria de hoje site UOL :

1- A União Verde e Branca é a única chapa de oposição oficialmente constituída.

Existem outros conselheiros isolados, sem vinculação a chapas, ou pertencentes a outras chapas, e que fizeram oposição ao ex-presidente Paulo Nobre, mas nenhum representa a UVB.

2- A UVB só se manifesta de modo oficial, através de seus coordenadores Wlademir Pescarmona, Nobuyuki Yokoyama e Carlos Degon. Qualquer posicionamento, mesmo de conselheiro da chapa, é opinião exclusivamente particular e deve ser assumida individual e nominalmente.

3- Em casos deste porte a UVB realiza reunião e delibera após amplo debate interno, onde prevalece a decisão da maioria.

4- A UVB não realizou reunião nem discutiu o assunto internamente e espera que o assunto seja tratado pelos órgãos internos cabíveis, únicos com condições de elucidar os fatos, levando à solução jurídica correta e a atribuição de responsabilidade a quem caiba, e que até agora não sabemos.

5- A UVB não faz parte deste caso. Há uma divergência jurídica entre o ex-presidente Mustafá Contursi e o ex-presidente Paulo Nobre, que deve ser esclarecida. A UVB não possui dados, nem conhecimento do desenrolar do processo. Logo, não pode opinar, antes de conhecê-los.

Não vamos admitir que nos incluam nesta pendência.Desejamos que ela seja devidamente esclarecida, dentro da legalidade, e colocando os interesses da Sociedade Esportiva Palmeiras em primeiro lugar.

6- Há muita gente da situação querendo nos envolver em algo que é uma dissonância interna de quem administra o clube e apoiou a gestão Paulo Nobre. Eles é que devem assumir a responsabilidade de conduzir o processo criado só por eles, numa dicotomia que só permite um lado ter razão.

7- Reiteramos que continuaremos na oposição construtiva que nos caracteriza, na luta pela pacificação do clube expressa na eleição do presidente Maurício Galiotte, o qual respeitamos. Este, contará com nossas críticas positivas e negativas, conforme agir, de forma leal, clara e transparente, e será feita em contato pessoal, oficial, sem tratar de assuntos internos pelos jornais. Assim o fizemos com o ex-presidente que, infelizmente, não soube reconhecer a atitude.

8- Não cabe qualquer contestação à eleição de Maurício Galiotte e esperamos que o Palmeiras saia engrandecido do episódio em curso.

9- A UVB é Palmeiras, em primeiro lugar, e não pode ser confundida com opiniões isoladas, nem com gestos precipitados.

Temos absoluta consciência do caminho sereno e afirmativo que queremos seguir para colocar nosso clube, sempre, no lugar mais alto do futebol brasileiro.

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