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Infantino aprova árbitro de vídeo, mas diz que erros seguirão acontecendo

Kim Kyung-Hoon/Reuters
Imagem: Kim Kyung-Hoon/Reuters

Do UOL, em São Paulo

22/12/2016 08h21

O Mundial de Clubes do Japão que terminou no domingo foi o primeiro grande torneio a utilizar o recurso do árbitro de vídeo e apesar das polêmicas, como o pênalti marcado a favor do Kashima Antlers contra o Atlético Nacional, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, mostrou-se satisfeito com o uso da tecnologia para marcações. 

"(Os testes) foram positivos, sem dúvidas. Aprendemos muito porque nada é melhor que a competição para testar. Nos amistosos é diferente. Na teoria, também", afirmou o presidente em entrevista ao jornal espanhol Marca.

"Claro que o árbitro de vídeo não vai resolver todos os problemas. Essa não é a ideia, porque também a interpretação do árbitro é o que tem de seguir mandando. O juiz é único e é quem tem de decidir, mas há situações que podem modificar o resultado de uma partida e que talvez o árbitro não possa ver. Então, para evitar que uma competição como um Mundial se decida com um erro grave do árbitro, decidimos experimentar. A decisão foi tomada uma semana depois de minha chegada como presidente", explicou.

"Hoje, em 2016, em poucos segundos todo mundo sabe se o árbitro cometeu um erro ou não. Todo mundo vê pela pela televisão, pelo celular, inclusive no estádio. O único que não sabe é o árbitro e não porque não quisesse saber. Somos nós (da Fifa) que proibimos. Se existe um sistema que com um mínimo de intervenção permite ao árbitro não cometer erros graves em uma partida, conseguiremos dar mais honestidade e transparência ao futebol", explicou.

Infantino disse que os testes seguirão sendo realizados até que se tome uma decisão definitiva para o uso obrigatório em todas as competições. E mesmo quando for adotada oficialmente a vídeo-arbitragem não estará livre de erros.

"Todas as decisões tomadas (no Mundial) foram as corretas e só em uma foi necessária mudar a decisão. Mas uma coisa é certa. Todos que acreditavam que se acabava a polêmica estão equivocados. Como podem ver, segue-se vendendo polêmicas, podem ficar tranquilos. O que haverá seguramente são menos erros dos árbitros", disse.

O presidente da Fifa também descartou uma mudança no sistema que permita aos treinadores pedir a revisão de uma jogada, a exemplo do que acontece no futebol americano, por exemplo.

"isso não reflete o protocolo. O único que decide é o árbitro e ele pode perguntar ao assistente de vídeo se tem dúvidas. O se o árbitro cometeu um erro grave, como no pênalti do Nacional contra o Kashima, pode intervir o assistente, mas só neste caso. Nunca pela interpretação de uma falta", explicou.