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Por que o Palmeiras não é cabeça de chave da Libertadores?

Do UOL, em São Paulo

22/12/2016 06h00

Campeão brasileiro e um dos clubes do país com mais participações na competição, o Palmeiras não começará a Libertadores de 2017 como cabeça-de-chave. A exclusão do clube alviverde do grupo de “favoritos” é só uma das surpresas criadas pelo sistema de ranqueamento da Conmebol, que definiu como será o sorteio da fase de grupos com base em critérios que prejudicaram Dudu, Fernando Prass e companhia.

A fórmula, detalhada no site da Conmebol, explica. A lista elaborada pela entidade leva em conta o desempenho nas últimas dez Libertadores, o histórico na competição e os títulos nacionais da década recente. O problema é que a proporção favorece muito os times que brilharam recentemente na competição continental – quanto mais antiga, menos pontos vale uma boa campanha.

Para se ter uma ideia, um vice-campeonato na Libertadores em 2016 vale 500 pontos na lista, mesmo valor dado a cinco títulos conquistados antes disso (cem para cada). Uma participação nas oitavas do ano passado, em outro exemplo, valeu ao Corinthians os mesmos cem pontos do título palmeirense de 1999.

Não é por acaso que o ranking é liderado pelo Boca, que foi campeão uma vez, vice em outra e ainda chegou em uma semifinal na última década. As campanhas recentes, somadas ao largo histórico do clube da Bombonera, o colocam na ponta com alguma folga. River Plate e Atletico Nacional, os dois campeões mais recentes, são segundo e terceiro colocados, respectivamente.

Veja, abaixo, que conquistas explicam a posição dos principais brasileiros no ranking:

6º lugar – São Paulo

Melhor brasileiro da lista, o São Paulo tem duas semifinais desde 2007, uma delas ainda no ano passado, além de ter passado ao mata-mata em várias outras edições. O histórico de tricampeão e diversas vezes semifinalista também encorpa o ranking do São Paulo, mesmo com o clube do Morumbi fora da edição 2017 da Libertadores.

7º lugar – Cruzeiro

Finalista em 2009, o Cruzeiro ainda foi às quartas de final em 2014 e 2015. Para completar, os dois títulos nacionais recentes e o histórico de bicampeão da Libertadores colocam o time mineiro como o segundo brasileiro da lista, na sétima colocação.

8º lugar – Corinthians

Mais um favorecido pelo desempenho recente. Campeão em 2012, o Corinthians ainda tem participações recentes em mata-mata e dois títulos brasileiros na última década. Ainda que seus resultados históricos na Libertadores não sejam expressivos, o currículo recente coloca o clube do Parque São Jorge em vantagem direta contra rivais como Santos e Palmeiras.

9º lugar – Atlético-MG

Último brasileiro a ganhar a Libertadores, em 2013, o Galo é o time brasileiro que mais somou pontos pelos resultados acumulados na última década. Além da conquista de Ronaldinho Gaúcho e companhia, o time mineiro ainda foi duas vezes às quartas, justamente nas duas últimas edições. O desempenho compensa o baixo aproveitamento em edições mais antigas do torneio.

11º lugar – Inter

Campeão em 2010, o Inter tem força no ranking por ter chegado a uma semifinal há duas edições. O clube colorado, mesmo rebaixado à segunda divisão, se segura 200 pontos à frente do Grêmio, maior rival.

12º lugar – Grêmio

Embora vença o Inter em termos de resultados históricos, o Grêmio sofre por não ter brilhado de forma intensa nas últimas edições da Libertadores. Sua última boa campanha foi em 2009, quando atingiu a semifinal. O vice-campeonato em 2007, contra o Boca, também ajuda a colocar a equipe tricolor entre as 15 melhores da lista.

15º lugar – Santos

Um dos únicos brasileiros tricampeões, ao lado do São Paulo, o Santos aparece mais distante do topo pela falta de boas campanhas recentes. Na era Neymar, a equipe foi campeã em 2011 e semifinalista em 2012, mas sequer participou das edições seguintes. Como também não venceu o Brasileiro, ficou atrás de rivais teoricamente menos tradicionais.

25º lugar – Palmeiras

Atual campeão brasileiro, o Palmeiras aparece na modesta 25ª colocação. O problema é que o clube alviverde não vai à semifinal da Libertadores desde 2001 e sequer participou da competição em várias oportunidades nos últimos dez anos. O bônus pelo título brasileiro e o histórico de campeão continental não bastaram, na conta da Conmebol, para vencer clubes como Emelec, Bolivar, Universidad do Chile e Independiente del Valle, alguns dos times mais bem ranqueados que os donos do Allianz Parque.