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Reencontro de Chape e Nacional tem abraço, quase choro e pedidos por paz

Presidente da Chapecoense divide troféu com os colombianos - AP Photo/Jorge Saenz
Presidente da Chapecoense divide troféu com os colombianos Imagem: AP Photo/Jorge Saenz

Rodrigo Mattos

Do UOL, em Luque (PAR)

22/12/2016 10h22

Cerca de meia hora após receber a taça da Sul-Americana, o presidente da Chapecoense, Plínio David de Nês Filho, o Maninho, é perguntado sobre o que aquele taça significa para ele. O dirigente olha para o troféu nas mãos do assessor de imprensa e diz: "Nessa taça eu vejo os meus". Os "meus" são os jogadores, dirigentes e membros da comissão técnica do time catarinense que morrem na tragédia de avião.

A poucos metros dele, o diretor de gestão humanas do Atlético Nacional, Daniel Jiménez, explica o que sentiu quando foi chamado por Maninho ao palco para "dividir" o título: "Muito difícil segurar as lágrimas neste momento".

Foi neste clima de comoção que Chapecoense e Atlético Nacional se reencontraram mais uma vez no sorteio da Libertadores, em Assunção. Na cena mais emocionante do evento, abraçaram-se demoradamente no palco, como irmãos.

Em comum no discurso dos dois, além da emoção, os pedidos para que a união despertada pelo acidente signifique um exemplo para o futebol sul-americano, tão marcado por disputas violentas.

"Esperamos que tenhamos criado um precedente para que o futebol se carregue de valores positivos. E que todas as equipes tomem nova atitude. Sabemos que sem rival não há futebol. Mas que existam rivais não significa que sejamos inimigos. E que isso sirva para terminar toda a violência no futebol", pregou Jiménez.

Ao explicar que fez questão de dividir o momento com o dirigente do Nacional, Maninho também fez votos por mais solidariedade no esporte, e um por um comportamento de maior respeito no esporte.

"Esse troféu que recebemos é o troféu da solidariedade, de um comportamento de seres-humanos que entendem que futebol se limita a quatro linhas e que fora existe algo maior, o respeito. Por isso, fiz questão que o Daniel viesse conosco, que dividisse conosco a honra que nos concederam".

Nacional e Chape voltaram a se encontrar mais uma vez na disputa da Recopa Sul-Americana. Será uma disputa de times unidos por um laço para sempre como ficou claro pelo abraço em Assunção.

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