Volta da Chape faz corintiano usar verde e vende mais camisas que paulistas
O espírito solidário tomou conta do estádio. Do lado de fora, vendedores ambulantes exibiam centenas de camisas brancas e verdes em largos varais. Os uniformes dos tradicionais times de São Paulo só apareciam em um canto, apertados, quase imperceptíveis.
“A Chapecoense está vendendo mais que Palmeiras, Corinthians, Santos e São Paulo. Nós vamos vender tudo”, comemorou o comerciante Allison Santos.
Nas arquibancadas, as camisas e as bandeiras se proliferaram mesmo entre torcedores que defendem outros mantos e cultuam cores bem diferentes. Lucas Geovani é corintiano doente e não abre mão do preto e branco. Mas abriu uma exceção dessa vez em nome de uma causa mais nobre.
“É difícil pela cor, mas nessa hora não tem rivalidade. Tem que ter companheirismo, solidariedade. É um time que veio de baixo e passou por cada obstáculo. Foi da Série D, C, B até a A. São guerreiros”, disse.
Todos ali se uniram e nem parecia que era outro time que estava em campo. O minuto de aplausos e os gritos de apoio tomaram conta do estádio antes do início da partida. Assim que o árbitro apitou, os sinais de nervosismo logo apareceram, com direito a unhas roídas. “Estou muito ansiosa para a Chape fazer um gol”, gritou uma torcedora.
Não era o dia da Chape. O Nova Iguaçu venceu por 2 a 0, com dois gols do atacante Nathan, e frustrou as homenagens. Mas valeu o esforço. Os jogadores saíram de campo agradecidos e se sentindo acolhidos pelo carinho.
“Foi uma linda homenagem que fizeram, pena que o resultado não veio. Mas foi bacana. O reconhecimento da torcida ajuda o grupo”, disse o meia Lima.
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