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R$ 35 milhões e bom vendedor: Fla aposta em Jorge por nova realidade

Lateral esquerdo do Flamengo, Jorge é alvo constante do mercado europeu - Gilvan de Souza/ Flamengo
Lateral esquerdo do Flamengo, Jorge é alvo constante do mercado europeu Imagem: Gilvan de Souza/ Flamengo

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/01/2017 04h00

Não é uma obsessão, mas o Flamengo trabalha para evoluir na venda de jogadores. Negociar é importante para o fluxo de caixa. Paga os custos da formação e faz a roda do futebol girar. A meta ainda é manter o lateral esquerdo Jorge. No entanto, a diretoria reconhece que o camisa 6 é o principal produto para o mercado. Jovem, valorizado e observado por clubes europeus.

Jorge tem contrato com o Rubro-negro até dezembro de 2019 e uma multa rescisória no valor de 30 milhões de euros - cerca de R$ 102 milhões. Porém, o Flamengo sabe que precisa vendê-lo em caso de proposta satisfatória. Se 10 milhões de euros - cerca de R$ 35 milhões - forem oferecidos, os cariocas dificilmente não farão negócio apesar de desejarem a permanência.

O orçamento de 2017 prevê ao menos R$ 10 milhões com vendas de jogadores. A gestão Bandeira de Mello negociou Caio Rangel, Hernane, Samir, Kayke e Wallace nos últimos anos. A última venda de expressão, porém, aconteceu em 2008. Renato Augusto foi para o Bayer Leverkusen (ALE) por 8 milhões de euros. Jorge é justamente a esperança de colocar o “trem no trilho” em negócios com nomes formados na Gávea.

“A venda é inevitável quando pagam a multa. É lógico que se trata de uma questão importante no clube e trabalhamos para resolvê-la. Só que vender bem é consequência de um bom trabalho de formação. A base do Flamengo passou anos negligenciada. Quanto melhor for a base, melhor será a condição de venda. Uma boa negociação paga os custos com a formação e faz a roda girar”, afirmou o presidente Eduardo Bandeira de Mello.

Outras possibilidades de receita são levadas em consideração na avaliação do Flamengo. Como se trata de um clube de massa, dono de um contrato de TV destacado - cerca de R$ 190 milhões por ano - e com uma camisa na casa dos R$ 100 milhões, a expectativa é a de evoluir em vendas, mas não transformá-las na principal fonte de renda.

“A nossa prioridade é usar o jogador e depois pensar em vender. Mas não podemos nos comparar com os clubes que dependem exclusivamente da venda para ter receita. O Flamengo tem outras fontes de renda. Contrato de TV, patrocínios, sócio-torcedor, bilheteria. É outro panorama. Mas é óbvio que a venda é uma fonte importante de receita e que será fundamental na evolução do nosso projeto”, completou o mandatário rubro-negro.

Enquanto supervisiona o trabalho, Bandeira acompanha as ações do departamento de futebol. Até o momento, não chegou proposta oficial para Jorge. O discurso é de manutenção, mas nos bastidores se sabe da importância do lateral enquanto ativo no mercado. Em tempos de novo CT e de um projeto sólido na base, vender um jovem formado no clube é também a coroação do trabalho.

“Não recebemos oferta pelo Jorge e não temos interesse em negociá-lo no momento. Mas, se qualquer clube pagar a multa contratual dele ou dos outros jogadores, não há o que fazer”, encerrou o vice de futebol, Flávio Godinho.