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Cansaço, frustração e vingança. A cerimônia que Messi não quis ver

João Henrique Marques

Do UOL Esporte, em Zurique, na Suíça

10/01/2017 04h00

Lionel Messi faltou pela primeira vez a uma cerimônia de premiação da Fifa e não viu Cristiano Ronaldo ser condecorado o melhor do mundo pela quarta vez - as outras foram em 2008, 2013 e 2014. O argentino foi a ausência mais sentida no boicote do Barça também aderido por Piqué, Iniesta e Luiz Suárez, integrantes da seleção do ano de 2016. A polêmica decisão deixou no ar a sensação do incômodo do argentino.

A alegação do Barcelona é de cansaço dos jogadores e foco na preparação para a partida contra o Athletic de Bilbao, no jogo de volta das oitavas de final da Copa do Rei, na quarta-feira, no Camp Nou - time está em desvantagem de 2 a 1. Mas quem convive com Messi na cidade assegura que a decisão seria outra caso tivesse favoritismo no prêmio.

"A vitória do Cristiano Ronaldo era óbvia. O Messi está frustrado e já trabalha duro para reverter o quadro em 2017. Isso começa com a ausência em premiação por conta do preparo físico. Mas, claro que se o ano magnífico que teve o Real impede o Barça de celebrar", destacou Bruno Alemany, dá rádio espanhola Cadena Ser.

"Ouvir o grito do Cristiano, comemoração do Real Madrid. Não é momento para isso no Barcelona. O time está em situação complicada e o Messi com certeza está sem clima para festas. Ele só viria se fosse situação contrária", destacou Manuel Bruña, do jornal esportivo catalão, Mundo Desportivo.

A lembrança dos jornalistas é para a repetição da atitude de Cristiano Ronaldo em 2012 - na premiação do melhor do mundo de 2011. O português faltou à cerimônia com a mesma desculpa de foco em partida pela Copa do Rei - Real Madrid enfrentaria o Málaga dois dias depois - e não viu Messi ser premiado.

"Assim como Messi, o Cristiano Ronaldo não gosta de saborear o que considera derrota. Ser o segundo do mundo não é motivo de orgulho para eles. Assim fica complicado", disse Moises Llorens, do jornal esportivo de Madri, AS. 

O Barcelona foi representado na festa pelo presidente Josep Bartomeu, e outros dirigentes. Durante a cerimônia um vídeo com o pedido de desculpas do capitão do time, Iniesta, foi exibido.