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Malabarista da bola, promessa do Corinthians virou jogador na última chance

Dassler Marques e Diego Salgado

Do UOL, em São Paulo

16/01/2017 04h00

Quem vê o meio-campista Pedrinho com a camisa 7 do Corinthians na Copinha não imagina que por trás do sucesso dele na competição existe uma história de luta e dificuldade. Há quatro anos, o destaque corintiano quase deixou o futebol após ouvir um 'não' do São Paulo. Um gol nos últimos minutos de um teste, já com no clube alvinegro, colocou o atleta na rota certa. 

Nesta segunda-feira, Pedrinho, de 18 anos, vai comandar novamente o meio-campo na partida contra o Internacional, na Arena Barueri, na busca por uma vaga nas quartas de final da Copa São Paulo. O duelo entre a equipe de Osmar Loss e os gaúchos será iniciado às 20h.

A trajetória de Pedrinho no Corinthians começou aos 15 anos, depois de uma passagem pelo CSA e pelo Vitória. No time baiano, o atleta morava nas dependências do clube, em Salvador, enquanto sua família permaneceu em Maceió, na capital alagoana.

"Eu saí de casa com 13 anos, quando fui jogar no Vitória. No começo foi muito difícil, afinal ficar longe de casa com essa idade é complicado. Por cerca de dois meses eu chorava todo dia, queria voltar para casa, mas meus pais me diziam para ficar, me lembravam que era meu sonho", disse Pedrinho ao site oficial do Corinthians no ano passado.

Pedrinho - Corinthians/Divulgação - Corinthians/Divulgação
Pedrinho tornou-se herói em 2016
Imagem: Corinthians/Divulgação

O cenário, porém, iria piorar. Depois de um ano, o meia foi dispensado do Vitória. Depois, ficou quatro meses parado até surgir um teste no São Paulo. "Lá eu passei apenas uma semana e fui dispensado. Com dois 'não' nas costas, eu queria desistir, não aguentava mais ser reprovado", explicou.

O Corinthians, então, virou uma alternativa depois que Luiz Felipe Santoro, advogado do clube, soube da recusa do São Paulo. No Parque São Jorge, Pedrinho "salvou" a carreira nos últimos minutos do teste, depois de dois dias sem oportunidades no time alvinegro. 

"Eram três dias de teste e nos dois primeiros treinei muito pouco. No terceiro dia era um amistoso exatamente contra o Vitória e um tempo dele seria apenas para os atletas em teste. Porém, na hora da escalação, de onze jogadores de linha, eu fui o único a ficar fora. De novo veio aquela sensação de que não iria dar certo", relembrou.

Pedrinho entrou em campo a cinco minutos do fim e marcou um gol salvador. "Eu chutei de longe, com um pouco de raiva. A bola foi na gaveta e esse é um dos gols mais importantes que fiz. Ele mudou minha vida", disse.

Malabarismo, sorrisos e destaque 

Pedrinho é unanimidade no Corinthians. O camisa 7 é conhecido pelo comportamento irrepreensível e pelo estilo brincalhão e extrovertido. Fora de campo, ele mostra a mesma habilidade do jogo ao fazer embaixadas com qualquer coisa. Utiliza, na maioria das vezes, bola de tênis.

A boa fase nos gramados também é notável. O meio-campista consegue pela primeira vez ser o destaque do time do Corinthians. Ele pertence a uma geração de muitos jogadores promissores, como Matheus Pereira, que hoje defende a Juventus, Léo Santos e Leo Jabá, dupla que já está na equipe profissional - além de Bruno Dip e Frizzo, que deixaram o Corinthians rumo ao São Paulo.

Pedrinho, dessa forma, não era um protagonista no sub-15 e no sub-17 como é atualmente. E foi justamente na Copinha que essa história começou a mudar: o meia marcou um gol na virada sobre o Cruzeiro, no ano passado - a vitória levou o time alvinegro à final da competição.
 
Neste ano, já são três gols e quatro assistências após cinco jogos do Corinthians no torneio. "Eu achava que futebol era só jogar. Mas o Osmar me fez ver que futebol é alegria, mas também responsabilidade. O Osmar me ensinou a ser objetivo, buscar o que você quer", ressaltou o jogador, que tem contrato com o clube paulista até o fim de 2018.

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