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Carille tenta ser Tite e resgatar 5 forças vitais do Corinthians para 2017

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

18/01/2017 04h00

A nova temporada do Corinthians começa nesta quarta-feira. Com oito anos de experiência como auxiliar técnico, Fábio Carille será o treinador efetivo com a missão de recuperar forças vitais dos tempos de Mano Menezes e, principalmente, Tite. O primeiro desafio é diante do Vasco, às 22h (de Brasília), pela Flórida Cup em Orlando.

Carille sabe que restaurar padrões perdidos pelos corintianos, em meio a tantas saídas dentro e fora de campo, é seu maior desafio em 2017. O treinador busca inspiração justamente em Tite e nos métodos aplicados pelo hoje treinador da seleção brasileira. Por sinal, ambos se falaram recentemente, e mantêm um forte vínculo de amizade e de afinidades.

A missão do novato é clara: recuperar o velho Corinthians em cinco pontos essenciais.

MOBILIZAÇÃO

As dificuldades e saídas durante toda a temporada do Corinthians, segundo algumas avaliações internas, diminuíram o poder de mobilização de toda a equipe de trabalho em alguns momentos, como a última rodada do Campeonato Brasileiro. Esse sempre foi, na opinião de Tite, um diferencial corintiano nas melhores temporadas dos últimos anos. Carille, amparado pelo novo preparador físico Walmir Cruz, que tem perfil maior de liderança, tem a missão de unir todos em torno dos objetivos de 2017. Dos funcionários à comissão, e da comissão aos jogadores.

SEGURANÇA

Outra marca do Corinthians em anos anteriores, a queda do desempenho defensivo foi marcante em 2016. Na reta final, por exemplo, o clube foi eliminado da Copa do Brasil com quatro gols sofridos para o Cruzeiro, número que se repetiu diante do São Paulo. Já na última rodada, os cruzeirenses, sem aspirações, marcaram três vezes e impediram a ida dos corintianos à Libertadores. Responsável por treinar a defesa com Tite, Carille é um obcecado pelo posicionamento do setor e dedica especial atenção a isso. Um reforço que parece ser fundamental: Gabriel à frente da defesa.

COMPACTAÇÃO

Um elemento importante para a equipe ter maior equilíbrio e segurança é a compactação dos setores. Com Oswaldo de Oliveira, em especial, o Corinthians perdeu parte dessa marca que era treinada de maneira obsessiva por Tite. Nas passagens como interino, Carille teve sucesso em fazer os corintianos jogarem em espaços mais curtos, mais agrupados e sem tanta distância entre defensores e atacantes.

TRIANGULAÇÕES

O princípio de jogo número um do Corinthians de 2015 se perdeu ao longo da temporada passada. Com a compactação, naturalmente Carille espera ter os setores mais próximos e mais alternativas para o trabalho de bola em triângulos. As escolhas de Camacho e Rodriguinho para o time titular, no sistema 4-1-4-1, mostram a preocupação de ter jogadores com maior qualidade de passe no meio-campo. O novo treinador já deixou bem claro que quer um time com a bola no chão e bastante trabalho coletivo.

PRESENÇA DE ÁREA

A falta de jogadores mais agudos foi uma avaliação importante sobre o Corinthians do Brasileirão. Não apenas pela falta de um centroavante confiável, mas também pelos fins de ano ruins de Giovanni Augusto e Marquinhos Gabriel. Ambos começarão 2017 na reserva, com Marlone e Romero, mais incisivos, na primeira equipe. Há bastante confiança em Jô, que mostra boa forma e disposição desde que começou a treinar. Além disso, o turco Kazim é visto por Carille como um jogador capaz de dar, exatamente, mais força à equipe nas ações ofensivas.

OS DOIS TIMES DA ESTREIA

No primeiro tempo diante do Vasco, jogarão os titulares: Cássio; Fagner, Pedro Henrique, Balbuena e Moisés; Gabriel; Romero, Camacho, Rodriguinho e Marlone; Jô.

Após o intervalo, atuarão: Caíque; Léo Príncipe, Vílson, Yago e Marciel; Paulo Roberto e Cristian; Giovanni Augusto, Guilherme e Marquinhos Gabriel; Kazim.